"Alguns anos atrás li
uma história que ficou gravada indelevelmente em minha mente.
Uma senhora que vivia
tentando por muitos anos ter um filho, viu seu sonho realizado. Recebeu dos
braços da enfermeira um lindo bebê.
Porém, qual não foi a sua
surpresa quando notou que a criança havia nascido sem orelhas.
Preocupada, perguntou ao
médico se o menino tinha perfeita audição.
Um exame foi realizado e
ficou constatado que o aparelho auditivo era normal.
A mãe, conformada, levou o
filho para casa.
Seu amor não diminuiu pela
criança, mas à medida que esta crescia observava o tratamento que outras
crianças lhe davam.
Com freqüência seu filho
voltava para casa chorando!
Isso era como uma punhalada
a ferir e magoar o coração daquela mãe.
Consultou o médico,
novamente perguntando se algo poderia ser feito pelo filho. O doutor revelou
que se encontrassem alguém que doasse um par de orelhas, poderiam tentar um
implante quando o rapaz chegasse aos 21 anos.
Os anos se passaram e um dia
os pais revelaram a alvissareira notícia de que tinham encontrado alguém para
doar as orelhas.
A operação foi realizada com
grande êxito.
Qual não era a satisfação e
a alegria daquela mãe ao contemplar o jovem, olhando-se no espelho e dizendo:
- Veja, mãe, sou agora como
todos os outros rapazes.
Voltava-se então, para sua
mãe e lhe perguntava:
- Mamãe, quem foi que me
doou este par de orelhas? - Ah! Meu filho, agora não podemos revelar-lhe mas um
dia irá saber.
Passaram-se os anos e o
jovem casou-se e teve filhos, todos normais. Certa feita, ocorreu uma das
grandes tristezas deste mundo: havia perdido sua mãe. Na sala funerária, pai e
filho, olham pela última vez o corpo inerte, gélido, daquela senhora tão
bondosa.
Depois que todos saíram, o
pai diz ao filho:
- Meu filho, venha comigo
despedir-nos de sua mãe.
Ambos se aproximaram do
esquife e ali pela última vez o filho contemplou sua querida mãe.
De repente, para surpresa
daquele filho, o pai puxa de lado os longos cabelos negros de sua esposa e o
filho observa, pela primeira vez que sua mãe não tinha mais orelhas.
Esta é a grande dimensão do
Amor!
Enviada pela leitora, Ana
Maria Brandão (S. Francisco do Conde – Ba)
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