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segunda-feira, 22 de maio de 2017

Desemprego é maior no Nordeste, mas perda de vagas é generalizada – Parte l



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O mercado de trabalho continuou se deteriorando em todo o país no primeiro trimestre deste ano. Ainda que a piora seja disseminada, contudo, a intensidade varia entre as regiões
O Nordeste, por exemplo, manteve o ritmo forte de corte de vagas e reduziu o nível de emprego em 4,9% sobre o mesmo trimestre de 2016, aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. Já o Sudeste, penalizado no início da crise pelo ritmo forte de demissões na indústria, arrefeceu o ajuste e registrou queda de 0,5%, na mesma comparação.
"A diferença de intensidade entre as regiões é significativa, mas o choque foi muito forte na ocupação", afirma o economista Fernando Duca, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Para ele, a estabilização do mercado de trabalho, esperada para o segundo semestre deste ano, pode ser postergada diante da atual crise política. Os investimentos, pondera, que ainda não davam sinais claros de melhora, devem se retrair diante do momento de incerteza.
Com eles, a perspectiva de novas contratações também tende a sumir do radar dos empresários. "Quando você tem uma crise como essa, em que não sabe quem vai ser o presidente amanhã, a tendência é de retração dos investimentos. Isso dificulta a retomada".
Os dados do primeiro trimestre ainda mostram que a pior situação é a do Nordeste, que tem "as piores taxas em praticamente qualquer critério". Entre o primeiro trimestre de 2014, antes do início da recessão, e o mesmo período de 2017, o nível da ocupação - a proporção de empregados dentro do total em idade para trabalhar - recuou de 51,6% para 45,8%. O número de desempregados nesse intervalo cresceu 75,1%, de 2,3 milhões para 4 milhões.
O quadro também é pior na região Norte, que acelerou o ritmo de corte de postos de trabalho. Entre janeiro e março, a ocupação recuou 4,2%, pior resultado da série. No quarto trimestre de 2016, a queda tinha sido de 3,5%, sempre na comparação com igual intervalo do ano anterior.



Continua a seguir...

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