Para além dos desdobramentos
da crise política em Brasília, o mercado e os analistas ficarão de olho, nesta
semana que se inicia, em dois fatos econômicos: a decisão do Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central sobre a taxa básica de juros (Selic), na
quarta-feira, 31, e a divulgação do IBGE do Produto Interno Bruto (PIB) do
Brasil no primeiro trimestre, marcada para acontecer na quinta-feira, 1º de
junho.No mercado futuro de juros, as apostas majoritárias são de que o Copom
promoverá um corte de 1 ponto porcentual na taxa básica, hoje de 11,25% ao ano.
A expectativa é anterior à divulgação da delação dos irmãos Batistas,
controladores da JBS, que causou um rebuliço na economia e ampliou as dúvidas
dos investidores, locais e internacionais, a respeito do futuro do País.
A grande dúvida é como o
Copom vai reagir a toda essa imprevisibilidade, verbalizada sobretudo pela
decisão da agência de classificação de risco Moody’s, que na sexta-feira, 26,
alterou a perspectiva da nota de crédito do Brasil, atualmente Ba2, de estável
para negativa. Mais cedo, na segunda-feira, 22, a S&P tinha colocado o
rating do País em atenção para rebaixamento, motivado por uma “maior
probabilidade de um atraso na recuperação econômica”.Também serão conhecidos na
quinta-feira, 1º de junho, os dados sobre desemprego no País até abril e,
sobretudo, o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro
trimestre do ano.Analistas esperam que o PIB traga uma ligeira expansão da
atividade econômica no período, na comparação com os três meses anteriores,
puxada em boa medida pelo forte desempenho do setor agropecuário.
Em relação a igual período
de 2016, porém, o resultado pode ser de queda. E há dúvidas no mercado sobre se
o dado indicará uma trajetória de recuperação firme. O ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, por sua vez, reforçou na sexta-feira, 26, expectativa de
crescimento de 0,5% na comparação do primeiro trimestre com igual trimestre de
2016.
Estadão Conteúdo
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