Como foi a manifestação:
Na noite da última
quarta-feira (3) um grupo de agentes penitenciários invadiu o plenário onde
deputados analisavam o relatório da reforma da Previdência. A invasão aconteceu
após o destaque que tratava da inclusão da categoria na aposentadoria especial
para policiais ter sido retirado da pauta. Assim, a sessão que votava os
destaques da reforma foi encerrada.
A invasão durou cerca de 30
minutos. O presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, deputado
Carlos Marun (PMDB-MS), e o relator Arthur Maia (PPS-BA) saíram escoltados pela
polícia. A confusão aconteceu após a aprovação do relatório final de Maia
(PPS-BA), quando os deputados votavam os 13 destaques de bancada. Após rejeitar
o primeiro destaque, o colegiado iniciou a análise de um destaque do PTB,
apresentado pelo deputado Arnaldo Faria de Sa (PTB-SP), que colocava os agentes
penitenciários e socioeducativos nas mesmas regras dos policiais civis.
Após dois partidos da base
aliada, o PP e o PSDB encaminharem o voto a favor do destaque, o presidente da
comissão suspendeu a reunião. Em conversa com líderes de partidos da base, o
líder do PSDB, Ricardo Tripoli (SP) recuou em relação ao encaminhamento,
mudando a posição para voto contrário. “Vamos mudar a orientação da votação e
aceitamos levar ao plenário, mas sem o compromisso da aprovação do PSDB”, disse
Tripoli.
A oposição questionou a
interrupção da votação do encaminhamento de voto. “Quem não quer votar é a
bancada do governo. Essa obstrução é da base do governo. Depois não digam aos
agentes que nós não queremos votar”, disse a vice-líder da minoria, Jandira
Feghali (PCdoB-RJ).
Houve discussão e a base do
governo propôs a Faria de Sá que retirasse seu destaque para que o assunto seja
negociado novamente e votado em plenário.
Arnaldo Faria de Sá retirou
o destaque porque, sem acordo, ele seria derrotado na comissão. “Eu tinha
vislumbrado a possibilidade de ganhar o destaque com a posição do PSDB, mas sem
o apoio eu retiro a emenda e levo para o plenário. Vamos seguir em frente”, lamentou.
Pouco depois, os agentes
invadiram o prédio. Houve bate-boca e ameaças. A maior parte dos deputados
deixou a sessão, permanecendo os deputados de oposição e que apoiavam o pleito
da categoria.
Com informações da Agência
Brasil.
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