A Inconfidência Mineira teve
como contexto o Ciclo do Ouro no Brasil, fase histórica que resultou na
formação de importantes centros urbanos em Minas Gerais e no surgimento de uma
elite colonial formada por grandes produtores rurais e donos de minas. Desta
forma, era comum que filhos de membros da elite da época fossem estudar na
Europa, tendo, portanto, contato com as ideias iluministas de liberdade,
igualdade e fraternidade que reinavam no velho continente. As teorias
iluministas assimiladas na Europa se tornaram importantes pelo fato de terem
sido os fundamentos ideológicos de muitas revoltas contra a exploração feita
pela Coroa portuguesa.
Logo na segunda metade do
século XVIII, Portugal já se deparava com o problema da exaustão das regiões
auríferas no Brasil. Em virtude disso, além do “quinto”, que estipulava o
pagamento da quinta parte de todo o ouro encontrado na colônia, a Coroa criou
mais um imposto: a derrama. Este tributo consistia no pagamento de uma
quantidade de ouro pré-estabelecida por região. Mesmo que tal região não
produzisse mais aquela quantidade em virtude da própria escassez, Portugal
deveria arrecadar tal valor de qualquer maneira, inclusive por meio da posse
autoritária de bens e propriedades individuais.
Inconformados com a
exploração abusiva da Coroa e sua política tributária, um grupo de intelectuais
e membros da elite mineira, inspirados pelos ideais iluministas e liderados por
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, começou a articular uma revolta que
teria por objetivo o rompimento com Portugal e a adoção de um governo
republicano no Brasil. Para isso, os revoltosos escolheram iniciar a revolta em
fevereiro de 1789, data em que a Coroa iria cobrar a “derrama”, justamente para
amplificar a insatisfação da população contra a Metrópole.
Contudo, a Inconfidência
Mineira se findou antes mesmo de ter iniciado, uma vez que um de seus líderes,
o coronel Joaquim Silvério dos Reis, traiu o movimento e contou as pretensões
dos revoltosos ao governo colonial em troca do perdão de suas dívidas. Desta
forma, Portugal foi capaz de sufocar o movimento. Quase todos os líderes da
Inconfidência Mineira, por fazerem parte da elite mineira, escaparam ilesos de
punições, fato que não ocorreu ao simples alferes Tiradentes, o qual foi
condenado à forca em praça pública.
Fonte: História de Tudo
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