Contra:
Associação Nacional dos
Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra)
"A proposta,
induvidosamente, acarretará para milhões de trabalhadores no Brasil o
rebaixamento de salários e de suas condições de trabalho, instituindo como
regra a precarização nas relações laborais. O projeto agrava o quadro em que
hoje se encontram aproximadamente 12 milhões de trabalhadores terceirizados,
contra 35 milhões de contratados diretamente, números que podem ser invertidos
com a aprovação do texto hoje apreciado. Não se pode deixar de lembrar a
elevada taxa de rotatividade que acomete os profissionais terceirizados, que
trabalham em média 3 horas a mais que os empregados diretos, além de ficarem em
média 2,7 anos no emprego intermediado, enquanto os contratados permanentes
ficam em seus postos de trabalho, em média, por 5,8 anos".
Nova Central Sindical de
Trabalhadores (NCST)
"A terceirização
conforme permite o PL 4302/98 também enfraquece a relação de trabalho e
desqualifica o trabalhador, o deixando exposto e sem apoio em caso de demissão
ou enfermidade. Pesquisas do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Socioeconômicos) apontam que oito em cada dez acidentes de trabalho
ocorrem com terceirizados. Ainda segundo o estudo, neste tipo de relação
trabalhista o funcionário recebe cerca de 25% menos e trabalha até três horas a
mais que celetistas. Por não ter a cobertura da CLT, cria-se ainda uma relação
empresa-empresa e o capital humano é desprezado – revivendo regras aplicadas no
século XIX, início da primeira revolução industrial. Em outras palavras, os
únicos beneficiados pela terceirização serão os empregadores, que obterão mais
lucros em detrimento do trabalhador".
União Geral dos
Trabalhadores (UGT)
"A terceirização
adequada, bem conformada, pode ser uma oportunidade de emprego, mas não é o
caso. O PL aprovado possibilita a terceirização, inclusive, da atividade-fim, o
que precariza assustadoramente as relações trabalhistas. O Governo erra, de
maneira abominável, se não olhar os dois lados da sociedade e se aperceber que
é a grande massa trabalhadora que movimenta o país, e que neste momento
encontra-se muito preocupada com mudanças que não os incluem".
Central Única dos
Trabalhadores (CUT)
"Rodrigo Maia,
pressionado pela CUT e outras centrais sindicais, havia se comprometido em 13
de março passado a suspender a votação do PL 4302 por pelo menos 30 dias, para
que o debate sobre a terceirização pudesse ser feito em toda a sua dimensão.
Num verdadeiro 'passa moleque', o presidente da Câmara não honra o compromisso
assumido com as centrais e submete a voto um PL que é, na prática, uma mini-reforma
trabalhista regressiva que permite a terceirização de todos os trabalhadores e
todas as trabalhadoras, atacando todos os seus direitos como férias, 13º
Salário, jornada de trabalho, garantias de convenções e acordos
coletivos".
O projeto de lei que permite
terceirizar o trabalho, apesar de já ter recebido aprovação na Câmara dos
Deputados, ainda precisa passar pela sanção do presidente Michel Temer para
passar a valer. Não há previsão de quando Temer deve assinar a proposta.
Fonte: Economia - iG
Enviado pelo Sinserg
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