O mercado formal de trabalho
vai encerrar 2016 com perda de empregos em todos os 12 meses pela primeira vez
desde 1992, quando começou a série do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Segundo especialistas, pela
dinâmica do mercado, o resultado de novembro será mais um saldo negativo. Tradicionalmente,
dezembro é negativo, por conta das demissões dos trabalhadores contratados para
o Natal. Com isso, se a conta for feita desde o agravamento da crise, em 2015,
que reverteu anos de geração positiva de emprego, o país fechará 2016 com 21
meses consecutivos de desligamentos de trabalhadores com carteira assinada
acima das admissões.
O resultado do Caged de novembro
será divulgado ainda nesta semana. Em novembro de 2015, o saldo negativo foi de
130.629 postos. Em dezembro do ano passado, o corte líquidos de vagas formais
ficou em 596.208. De acordo com projeções do especialista Rodolfo Torelly do
site Trabalho Hoje, 2016 deve fechar com resultado líquido negativo de 1,2
milhão de postos de trabalho. O saldo é menor do que o registrado em 2015,
quando foram eliminados 1,6 milhão de empregos.
Desde abril, o Caged vem
apresentando, consecutivamente, saldos mensais negativos inferiores aos
registrados nos mesmos meses de 2015. Mas o desempenho foi insuficiente para
que o mercado formal de trabalho voltasse a criar empregos, com as contratações
superando as demissões. Isso deve acontecer entre o segundo e o terceiro
trimestres de 2017, nas projeções de Torelly. Ainda assim, as perspectivas são
pouco animadoras.
Para ele, o mercado formal
de trabalho deverá registrar em 2017 seu terceiro ano seguido de fechamento
líquido de vagas com carteira assinada. O último ano positivo foi em 2014,
quando houve a criação de 396,9 mil postos.
— O mercado de trabalho vai
melhorar no ano que vem. Contudo, ainda não vamos fechar 2017 com saldo
positivo na geração de empregos — avaliou o especialista.
Ascom Força Sindical
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