A sede da Ronda Maria da
Penha, no Distrito Integrado de Segurança Pública (Disep) de Periperi, em
Salvador, tem o toque feminino. Plantas marcam a entrada e a cor lilás compõe a
logomarca da Companhia de Polícia Militar especializada na proteção à mulher.
Mas a delicadeza não esconde o propósito da Ronda. Desde a fundação, há um ano
e meio, até agora, 357 vítimas de violência doméstica foram atendidas na
unidade, que possui 26 policiais preparados para receber este público.
Segundo a subcomandante da
Ronda, capitã Paulo Queirós, a capacitação da equipe é fundamental para o
desenvolvimento do trabalho. “Os policiais que atuam no enfrentamento à
violência doméstica passam por uma capacitação, até para revisitar a história
de formação cultural do nosso povo e compreender um pouco melhor as raízes
dessa violência. O policial passa a entender tudo aquilo que a mulher vivencia,
para não promover a vitimização ainda maior dessas mulheres, que já sofreram
tanto”.
Também no Disep fica a
Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), a segunda existente em
Salvador. Para a delegada da unidade, Vânia Nunes, mesmo com os 10 anos da Lei
Maria da Penha, completados na próxima segunda-feira (8), uma das dificuldades
a serem vencidas é o receio da mulher de fazer a denúncia ou de levá-la
adiante.
“A demanda tem crescido.
Apesar de chegar a denúncia até aqui, como é um crime diferente, às vezes a
mulher não quer levar adiante, porque se arrepende, tem esperança de que o
agressor vá mudar, tem a pressão da família. Por isso, temos 1,3 mil registros
de janeiro até agora, mas apenas 430 inquéritos remetidos”, comenta a delegada.
A Deam presta um atendimento
diferenciado, buscando prevenir e conscientizar o público masculino, além de
prender quem infringir a lei. Reforçando a estrutura no interior da Bahia,
novas sedes serão construídas em Alagoinhas e Paulo Afonso, com um investimento
de R$ 4,8 milhões.
Reunindo as ações do Governo
do Estado voltadas para a proteção feminina está a Secretaria de Políticas para
as Mulheres (SPM). De acordo com a titular da pasta, Olívia Santana, a
secretaria “tem o papel de fazer acontecer as políticas públicas voltadas para
a promoção dos direitos das mulheres, a partir das frentes de saúde, educação,
cultura e, claro, segurança pública, entre outras. Nós estamos trabalhando para
mudar a sociedade e as relações entre homens e mulheres”.
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