O Brasil está de volta ao
topo do pódio olímpico no vôlei de praia, 12 anos após dois dos maiores nomes
da modalidade, Ricardo e Emanuel, se tornarem heróis. Nesta sexta-feira, debaixo
de muita chuva, Alison e Bruno Schmidt se tornaram campeões dos Jogos Rio-2016
ao vencerem os italianos Nicolai e Lupo por 2 sets a 0, parciais de 21-19 e
21-17, na Arena de Copacabana. Eles são apenas a segunda dupla do país a
conseguir o feito. E a única parceria verde e amarela a subir no topo do pódio
na capital fluminense. O tempo não era problema. No primeiro lance da partida,
um sinal de confiança. A dupla da casa pediu desafio para comprovar o toque do
ataque de Alison no bloqueio de Nicolai. Em seguida, o susto. Os italianos
abriram 5 a 1. Ignoravam todo o favoritismo que estava do outro lado da quadra.
Foi então que entrou em cena
a categoria do "baixinho" Bruno Schmidt, que a cada torneio mantém a
fama de ser o melhor do mundo, como a Federação Internacional (FIVB) reconheceu
no ano passado. De ataques precisos a uma manchete de primeira, que matou a
defesa adversária, ele construiu o caminho para a vitória. Ao seu lado, o
Mamute, embora tenha se perdido no ataque, foi o ponto de desequilíbrio no
bloqueio. No segundo set, cenário parecido. Nicolai e Lupo não facilitavam, mas
os donos da casa mantiveram a concentração. Alison seguiu firme na rede. Com
paciência, Bruno buscou as bolas que eram necessárias para virar o placar, que
até a metade da parcial era desfavorável aos donos da casa. No paredão do
Mamute, a consagração estava definida.
Considerados algumas das
maiores apostas do Brasil nos Jogos Rio-2016, os atletas precisaram colocar em
prática uma verdadeira arrancada em busca da vaga na Rio-2016, alcançada com o
título do Grand Slam de Olsztyn (POL), em agosto do ano passado. Eles deixaram
o posto de dupla número três do Brasil para se firmarem na liderança, à frente
de Evandro/Pedro Solberg, eliminados nas oitavas da Olimpíada, e dos medalhões
Ricardo e Emanuel, que não se classificaram. Tudo em apenas cinco meses.
Quando somar pontos na
corrida olímpica começava a ser prioridade, Alison sofreu dois golpes duros. Em
outubro de 2014, rompeu o tendão patelar do joelho direito. Ao voltar, em
fevereiro de 2015, descobriu uma apendicite. Ficou três meses ausente, para a
agonia de Bruno, que buscou outros parceiros na época para não perder o ritmo
de jogo. O retorno do Mamute, e consequentemente da dupla, aconteceu em maio,
mas de forma sofrida. Em meio à pressão de conquistar a vaga nos Jogos, os dois
ficaram fora do pódio nas primeiras quatro competições do Circuito Mundial disputadas.
Mas o jogo ia virar.A arrancada começou em julho, com cinco títulos. A dupla
faturou o Campeonato Mundial da Holanda e quatro etapas do Circuito Mundial:
Major Series de Gstaad (SUI), Grand Slam de Yokohama (JPN), Grand Slam de Long
Beach (EUA) e Grand Slam de Olsztyn (POL).
Com isso, terminaram o ano
como melhor dupla nacional, o que os garantiu na Rio-2016, de acordo com o
critério utilizado pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Dali para
frente, foram treinos, treinos e mais treinos, rumo ao maior objetivo de suas
carreiras. Nesta noite, ele foi alcançado.
Giro Esportivo
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