O político Anthony Garotinho
publicou neste domingo (9), um texto sobre as movimentações de Eduardo Cunha
nos bastidores após seu afastamento da presidência da Câmara. De acordo com o
Blog, um interlocutor confirmou o espírito de vingança que consome o
parlamentar.
Confira na íntegra a
publicação de Anthony Garotinho:
"Ontem conversei por
telefone com um deputado federal do PR amigo íntimo de Eduardo Cunha. Ele tinha
estado com Cunha minutos antes em sua residência oficial. Fez algumas
afirmações que são de arrepiar os cabelos. Talvez não seja próprio revelar
todas, mas uma, com certeza, já deve ter chegado a Michel Temer. Eduardo Cunha
disse em alto e bom som a seguinte frase: "Se eu for abandonado não vou
sozinho para o sacrifício. É bom que alguém diga a Michel (Temer) e a (Romero)
Jucá que eu posso ser o início do fim de um governo que nem começou. O amigo de
Cunha me revelou que nunca tinha visto Eduardo no estado que o encontrou nessa
visita. Cunha estava abatido, ansioso e com espírito de vingança. Em um certo
momento da conversa ele deixou transparecer que, na sua opinião, o Supremo não
tomaria a decisão que tomou sem uma sondagem prévia ao presidente do Senado,
Renan Calheiros e ao próprio Michel Temer. Cunha desconfia de traição embora
Temer tenha sido um dos primeiros a ligar para ele assim que o ministro Teori
Zavascki concedeu a liminar para suspender o mandato e afastá-lo da presidência
da Câmara. Uma das afirmações que chamou a atenção do deputado do PR amigo de
Eduardo Cunha foi a seguinte: "Não sou bobo.
Tem gente que manda matar e
depois vai chorar no velório ao lado da viúva. Se estão pensando que vou
aceitar solidariedade sem uma solução concreta estão enganados". Disse
também que sabia que uma parte da assessoria próxima de Michel, referindo-se a
Moreira Franco, estava dando graças a Deus pela sua situação. Demonstrou ainda
grande irritação com Leonardo Picciani, que resistiu, segundo informações que
chegaram a ele, a assinar uma nota de solidariedade pelo momento que estava
vivendo. Eduardo também reafirmava que não renunciaria chegando a dizer que seu
substituto, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) é uma espécie de Severino
Cavacanti (ex-presidente da Câmara) melhorado e que não duraria nem 15 dias no
cargo. Foram feitas outras afirmações que prefiro não revelar porque, afinal de
contas, são quase que uma chantagem a ministros do STF a quem Eduardo Cunha
afirma categoricamente que lhe devem muitos favores.
Como a fonte é altamente confiável
é bom Michel Temer se preparar para dias nervosos, afinal Eduardo Cunha como
amigo é um perigo, e como inimigo é mais perigoso ainda. Imaginem na situação
de ex-amigo. Eu não sei porque sou casado com Rosinha há 34 anos e nunca tive
outra esposa. Mas dizem que os piores estragos que podem ser feitos na vida de
um homem são por ex-mulheres e ex-amigos.", publicou Garotinho.
Anthony Garotinho foi
governador do Rio de Janeiro e candidato à presidência da república em 2002.
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