A Previdência Social envolve
milhões de pessoas e bilhões de reais. Se para o cidadão ela representa um
justo amparo social no momento de encerrar o ciclo de trabalho, depois de
contribuir uma vida inteira; para o sistema financeiro, são apenas números de um
novo mercado que poderá ser um dos mais lucrativos, já que a expectativa de
vida aumenta e a população de idosos cresce ano a ano. E quem manda nos países:
os políticos ou o sistema financeiro? É a política que comanda o capital ou o
capital que determina e influencia as ações políticas? O poderio econômico das
grandes corporações, dos banqueiros e do capital especulativo age nas sombras,
em busca de novos mercados. Depois dos sucateamentos da Educação e da Saúde no
Brasil, quase que obrigando as pessoas a contratarem serviços privados para
contarem com atendimentos dignos, agora a bola da vez parece ser a Previdência
Social. Se a Reforma da Previdência, proposta pelo governo, passar no Congresso
Nacional, assistiremos a mais um desmanche de um dos maiores patrimônios do
trabalhador brasileiro.
Dentre as propostas do
governo para a Reforma estão a implantação da idade mínima de 65 anos para
homens e mulheres e a diminuição dos valores dos benefícios para nos casos de
pensões por morte. A idade mínima de 65 anos penalizará os menos favorecidos,
pois os filhos dos pobres sempre começam a trabalhar mais cedo e há ainda
situações complexas de serem resolvidas, como: será que um cidadão com idade
avançada teria forças físicas para trabalhador na construção civil ou em uma linha
de montagem até os 65 anos?
No caso das pensões por
morte estão piorando o que já ficou ruim depois da implantação da Medida
Provisória 664, que se transformou na Lei 13;135/15, em que praticamente
estabeleceu "uma data para morrer" e o tempo para o recebimento do
benefício. Com a reforma, além da data de morte, querem reduzir as pensões para
60%, com adicionais de 10% para cada filho menor de 21 anos. Na prática, é
precarizar a vida de milhões de pessoas. Como se vê, a Reforma pretende suprimir
e retirar direitos, fazendo com que mais pessoas migrem para a aposentadoria de
um salário mínimo, atuais 880 Reais, quantia que tornam o ato de aposentar-se
em verdadeira sobrevivência.
O Sindicato Nacional dos
Aposentados, Pensionistas e Idosos é totalmente contra a Reforma da
Previdência, que o governo pretende enviar em maio para votação no Congresso
Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal). Não dá para permitir que
acabem com mais uma grande conquista do povo brasileiro. Aproveito para convidar
a todos a participarem das ações do Sindicato, associando-se e lutando com a
gente para assegurar e garantir os nossos direitos!
Carlos Ortiz é presidente do
Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical
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