A democracia interna e o
respeito à pluralidade de pensamentos são, sem dúvida, uma das grandes forças
da Força.
Isso é possível porque
quando se trata da Central estamos acima de nossas diferenças políticas. Quando
se trata da Força Sindical estamos unidos em defesa dos interesses dos
trabalhadores.
Sei que a convivência com
pessoas de diferentes correntes políticas nem sempre é fácil e que, em momentos
como o que passamos hoje, há uma grande tensão em torno disso. Mas, pela minha
própria experiência como secretário-geral, sei, e quero afiançar, que há
honesta disposição por parte da nossa direção nacional em exercitar essa convivência
da melhor maneira. Isso, para mim, é uma verdadeira atitude democrática. É um
respeito ao nosso ideal de pluralidade firmado há 25 anos, no primeiro
congresso da Força Sindical.
Em nossa história
atravessamos momentos difíceis, que muitas vezes dividiram opiniões na Central.
Passamos pela histórica privatização da Telebrás, pela eleição do presidente
Lula e vivemos agora por esta situação em que parte dos sindicalistas da Força
defende o mandato de Dilma e outra parte defende o Impeachment. Tenho confiança
que passaremos por isso, mais uma vez, juntos.
Abandonar a Central por não
aceitar divergência política seria trair nossos princípios fundamentais. Na
Força Sindical sempre houve espaço e liberdade para todos. Não por isso somos
desprovidos de ideologia. Ao contrário, exercemos uma convivência intensa com
representantes de diversos partidos, sempre com os olhos na realidade.
Certa vez, por ocasião de um
evento do 1º de Maio, afirmei que “orquestrar esta pluralidade ideológica é um
duro trabalho. Ela se faz presente no dia a dia da Central, e não nos divide,
pelo contrário, nos alimenta. Treina nossos ouvidos e nossa capacidade de
pensar sem dogmas. Mantém nossos pés no chão”.
Esta afirmação cabe
perfeitamente hoje, 19 de abril de 2016. Por isso, conclamo a todos os
diretores a contribuir ao debate político dentro da Central. O debate só nos
engrandece. Todos construímos a Central e, assim, a Força é de todos nós!
João Carlos Gonçalves
(Juruna) é metalúrgico, secretário-geral da Força Sindical e vice-presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo
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