O acordo de delação premiada
feita pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) com a Procuradoria-Geral da
República traz detalhes de como a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva teriam tentado interferir na condução das
investigações da Lava-Jato, segundo reportagem da revista “Isto É” publicada
nesta quinta-feira. . O senador foi preso no dia 25 de novembro. De acordo com
a revista, Delcído afirmou que Dilma sabia das irregularidades envolvendo a
refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e de que Lula comprou o silêncio de
Marcos Valério, um dos principais operadores do Mensalão. O ex-presidente
também teria, segundo relatos do senador divulgados pela publicação, “pleno
conhecimento do propinoduto instalado na Petrobras” e agido pessoalmente para
barrar as investigações.
Ainda de acordo com a
reportagem, Delcídio foi detalhista em suas revelações, e afirmou que a
Presidente da República teria tido papel decisivo na permanência dos diretores
envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, utilizando sua influência e
poder para impedir a punição. Ele mesmo diz, de acordo com a reportagem, ter
participado de reuniões em que decisões ilegais foram combinadas a mando de
Dilma e Lula. Delcídio afirmou que Dilma tinha "pleno conhecimento do
processo de aquisição da refinaria (Pasadena)", fechado quando ela estava
à frente do Conselho de Administração da Petrobras. A presidente havia afirmado
anteriormente que não tinha conhecimento das cláusulas desfavoráveis à estatal,
que trouxeram um prejuízo de US$ 792 milhões, de acordo com o Tribunal de
Contas da União (TCU). Segundo Dilma, a decisão do Conselho havia sido tomada
com base em um resumo técnico "falho e incompleto". Delcídio disse
que "a aquisição foi feita com conhecimento de todos, sem exceção".
O senador afirmou também que Dilma teria tido "ingerência" na nomeação de Nestor Cerveró para uma diretoria da BR Distribuidora, contrariando a versão da presidente. Delcídio diz que Dilma ligou para ele duas vezes para tratar da indicação. Na primeira ocasião, perguntou se Cerveró já havia sido convidado para o cargo. Na segunda vez, telefonou para confirmar a nomeação.
Poder & Política
Nenhum comentário:
Postar um comentário