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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Desemprego bate no trabalho qualificado – Parte l



No ano passado, segundo dados do Caged, foram fechadas 115 mil vagas para profissionais com Ensino Superior completo ou incompleto. A rápida deterioração do mercado de trabalho já começou a atingir os trabalhadores mais qualificados. Pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, no ano passado, foram fechados 115 mil postos de trabalho com carteira assinada para os brasileiros com Ensino Superior incompleto ou concluído – um sinal preocupante da piora acelerada da atividade econômica em 2015 e que deve continuar neste ano.
A retração no saldo marca uma importante virada. No período entre 2004 e 2014, o País sempre criou empregos para os mais escolarizados. No auge, em 2010, quando o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 7,6%, houve abertura de 306 mil empregos com carteira assinada para os trabalhadores com Ensino Superior completo ou incompleto. A demanda das empresas foi tão grande que tivemos um apagão de mão de obra qualificada no País, situação que se prolongou até o início de 2014. O cenário começou a mudar com o desencadeamento da Operação Lava Jato e com os sinais de que a crise econômica veio mais forte do que se esperava. Tanto para 2015 como para 2016, os economistas estimam que a atividade deve recuar 4,0%. Se os números se confirmarem, será o pior desempenho econômico desde 1901.
Na esteira da retração do PIB, o mercado de trabalho passou por uma intensa piora num curto espaço de tempo, diz o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), João Saboia. “Normalmente, os empregados com mais qualificação são os últimos a perder o emprego porque as empresas seguram ao máximo esses profissionais, temendo dificuldade para recontratá-los no futuro.”
Perda gradativa. O saldo de emprego para os mais escolarizados vinha caindo gradativamente nos últimos anos, embora ainda permanecesse positivo. Para os trabalhadores com Ensino Médio completo, por exemplo, houve abertura de mais de 1 milhão de postos em 2010 e 2011. Nos dois anos seguintes, o saldo caiu para 700 mil, depois para 400 mil em 2014 até chegar ao fechamento de 490 mil vagas no ano passado.

“Em termos de emprego formal, no ano passado, o País perdeu o equivalente ao que ganhou em 2013 e 2014. Neste ano, podemos perder mais dois anos em termos de criação de emprego”, diz Saboia. Ele afirma que historicamente o mercado de trabalho é o último a reagir numa retomada da economia.



Continua a seguir...

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