O governo apresentou ontem
proposta de liberar a multa e até 10% do saldo total do FGTS (Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço) como garantia de pagamento em contratos de empréstimo
consignado.
Por dar outra função ao
fundo, em um período em que o trabalhador precisa da grana por ter perdido o
emprego, a proposta já tem oposição.
Na opinião da planejadora
financeira Marcia Dessen, a liberação é ruim para os trabalhadores, que já
estão superendividados.
"Do ponto de vista do
trabalhador, só vai agravar o problema do endividamento. O trabalhador é o
menos favorecido. Pensou-se primeiro no crescimento econômico, em proteger o
banqueiro que vai oferecer o empréstimo. Certamente o trabalhador foi o último
da fila. É ele quem vai pagar a conta."
A especialista também aponta
que uma finalidade do FGTS é proteger o profissional em um momento difícil como
a demissão.
Para que passe a valer, a
medida ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.
Membros do Conselho Curador
do FGTS ouvidos pela reportagem também criticaram as proposta.
Questionado sobre o risco de
estimular o superendividamento, Nelson Barbosa disse que, após aprovação da
medida no Congresso, a regulamentação evitará que o mesmo trabalhador contrate
diversos empréstimos usando o Fundo de Garantia.
Ascom Força Sindical via
SINSERG
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