Em 2015, os brasileiros
enfrentaram o fechamento de postos de trabalho em decorrência das dificuldades
econômicas no país. E para especialistas, o cenário não deve melhorar em 2016.
Para o vice-diretor da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense
(UFF), Renaut Michel, a taxa de desemprego no Brasil deverá continuar crescendo
neste ano, por causa da queda no nível da atividade econômica. “Não há nenhum
tipo de expectativa positiva”, disse o especialista em mercado de trabalho.
Para Michel, embora a
construção civil, um dos setores que mais empregam no país, tenha sentido mais
os impactos da crise, outros setores da indústria poderão ser afetados este
ano. “A indústria já vem mal há um bom tempo. Enfrenta um problema sério de
perda de competitividade, de queda de investimentos. Minha expectativa é que
continue um ano muito ruim para a indústria, mas em alguma medida vai afetar
também o comércio e o serviço, porque o ambiente de incertezas está levando as
famílias a consumirem menos. Em consequência disso, os empresários investem
menos e bancos também não emprestam”, explicou à Agência Brasil.
Já o professor João Luiz
Maurity Sabóia, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), lembra que em outubro do ano passado, a taxa de desemprego era
7,9%, conforme a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). A taxa era praticamente a mesma registrada em
2008, que foi 7,5%, no auge da crise econômica internacional. “Foram dez anos
de melhoras sucessivas no mercado de trabalho, e boa parte disso, infelizmente,
em um ano de recessão foi revertida”, lamenta o professor.
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