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domingo, 6 de dezembro de 2015

Delcídio guarda diário com bastidores do Congresso – Parte l




As negociações com o Palácio do Planalto, com o Congresso e todos os detalhes dos bastidores da CPMI dos Correios, que investigou, entre 2005 e 2006, o esquema do mensalão e abateu a cúpula do PT, estão gravados num diário feito pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS), que tinha acesso a informações privilegiadas por ter presidido a comissão mista de inquérito. Nos dez meses que duraram as investigações, o petista narrou para um gravador, por exemplo, todos os detalhes das conversas que teve com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio da Alvorada, geralmente à noite, em dias que antecediam reuniões importantes da CPMI ou após depoimentos bombásticos.
Delcídio já relatou a algumas pessoas que o gravador está bem escondido e que as revelações só viriam à tona quando ele estivesse fora da vida pública ou mesmo após sua morte. A versão mais conhecida é de que enterrou na fazenda de sua mãe, no Pantanal. Mas há quem avalie que essa é apenas uma forma de dizer que o material está num local só conhecido por ele.
Lava Jato. Nove anos após o encerramento da CPMI, Delcídio foi preso acusado de tentar obstruir a Operação Lava Jato. Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, gravou e relatou a procuradores da República que o senador lhe ofereceu rotas de fuga e dinheiro para que seu pai poupasse ele e o banqueiro André Esteves numa possível delação premiada. Quem já ouviu falar na existência das gravações teme que o comportamento do PT, que o abandonou imediatamente, faça com que Delcídio mude de ideia e decida tornar público o segredo que guarda há quase uma década e que poderá constranger o partido.
A CPMI dos Correios esbarrou numa empresa do filho mais velho do ex-presidente Lula, Fábio Luís Lula da Silva, que recebeu um ano após ter sido criada aporte milionário de concessionária de telefonia Telemar. O relatório final da comissão suprimiu menções a Lulinha e ao fato de a empresa investigada – a Gamecorp – pertencer a ele.



continua a seguir...


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