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domingo, 6 de dezembro de 2015

Delcídio guarda diário com bastidores do Congresso – Parte ll




Na versão de pessoas que participaram das negociações, um acordo teria garantido votos a favor do texto final em troca de poupar o filho do petista. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo em 2012, Delcídio afirmou sobre esse episódio que houve pressão “de todos os lados”. Lula sempre negou que tivesse interferido na CPMI. A comissão de inquérito também atingiu lideranças do PT, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do partido José Genoino, que acabaram condenados no processo do mensalão.
‘Tempo para pensar’. Na sede da superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, onde está preso, Delcídio tem recebido a visita da mulher, dos advogados, de um ex-assessor e de políticos do seu Estado. O tempo tem sido usado para pensar na sua defesa e também para rememorar os fatos que marcaram sua vida política, como a presidência da CPMI dos Correios. Segundo interlocutores frequentes, Delcídio “nunca teve tento tempo para pensar”, está “com a disciplina mental intacta” e “erra quem acha que o PT ou a nota do partido vai causar nele amnésia”. Ao saber que o PT iria afastá-lo, Delcídio, inclusive, teria comentado que esta era a melhor notícia que havia recebido desde a prisão.
A defesa de Delcídio ingressou no Supremo Tribunal Federal com pedido de revogação da prisão, que ainda não foi analisado. O petista está na superintendência da Polícia Federal no DF desde 25 de novembro, onde ocupa uma sala especial por estar no exercício do mandato parlamentar. Pessoas próximas negam que ele tenha intenção de fazer delação premiada. Após a prisão, o Supremo já instaurou três inquéritos contra o senador, um oculto e dois estão em segredo de Justiça.
Ao contrário do que aconteceu com seus colegas de partido, a queda de Delcídio ocorreu em horas. No momento em que a PF bateu em sua porta no hotel Royal Tulip, em Brasília, às 6 horas da manhã, ele era líder do governo no Senado, um interlocutor no meio empresarial, na imprensa. À noite, já tinha sido destituído da liderança, o PT já o havia abandonado, o Supremo Tribunal Federal confirmado sua prisão e o Senado a referendado.
As conversas com Lula eram constantes na época da CPMI dos Correios, já com a presidente Dilma Rousseff a relação mais direta se deu do ano passado para cá. A presidente foi citada três vezes por Delcídio no depoimento que prestou à Polícia Federal, quando contou que ela já mantinha relações frequentes com Nestor Cerveró quando pediu sua sugestão para indicá-lo a diretor da Petrobrás.
Na época, Dilma era ministra do governo Lula. Ela nega que tenha tido esse diálogo.




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