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sábado, 12 de dezembro de 2015

Contos & Causos - Lá na fazenda





É na fazenda do Tio Mézin, situada no pantanal sul-mato-grossense. Mézin foi o apelido que os peão pantaneiro colocaram no meu Tio Lindorfo por ele gostar de tomá um mé. Ele era um sujeito muito trunquííílo... Ele vivia numa época em que as onça davam igual braquiária. Era perigoso ir pescar sem uma zagaia ou espingarda boa. Num certo dia, Tio Mézin resorve acumpanhá sua esposa até o riachin a 50 metros da casa para ela lavar as panela. Andaram os 50 metros sem notar que estavam sendo vigiados.
Quando chegaram na beiro do riacho, Tio Mézin, que também é veiaco, notou a presença de uma onça. Disse pra muié fica quetinha, levantô as oreia e foi oiando dentro do mato até que viu onde a marruá tava. A danada tava em cima de uma árvore que era caída pra dentro do rio. Tava meio mocada e olhava com uma cara de quem queria cumê. Tia Nezinda perguntô: "E agora home, você num troce sua ispingarda." Quem mandou ela falar isso!? Tio Mézin respondeu: "Você pera aqui que eu vô lá buscá. Mas num tira o zóio dela. Não dexa ela fugir." Tia Nezinda ficou branca quando se viu sozinha com a onça e, ainda mais quando viu a velocidade em que Mézin subia o morro para buscar a ispingarda. Ele subia tranquilamente, como se nada tivesse acontecendo, hehehe... passos curtos, dando tapas nos mosquitos...
Uns quinze minutos depois, quando ele voltou, viu a mulher no mesmo lugar onde havia deixado e, quando olhou pra onça falou: "Nossa, ela desceu do gaio!" Tirou a bala do bolso, colocou na espingarda, deu um tiro certeiro na testa da onça e a levou pra casa para fazer tapete do couro dela. Trunqííílo... hehehe...




Enviado pelo leitor, Paulo Bezerra  (Wenceslau Guimarães)


      

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