É na fazenda do Tio Mézin,
situada no pantanal sul-mato-grossense. Mézin foi o apelido que os peão
pantaneiro colocaram no meu Tio Lindorfo por ele gostar de tomá um mé. Ele era
um sujeito muito trunquííílo... Ele vivia numa época em que as onça davam igual
braquiária. Era perigoso ir pescar sem uma zagaia ou espingarda boa. Num certo
dia, Tio Mézin resorve acumpanhá sua esposa até o riachin a 50 metros da casa
para ela lavar as panela. Andaram os 50 metros sem notar que estavam sendo
vigiados.
Quando chegaram na beiro do
riacho, Tio Mézin, que também é veiaco, notou a presença de uma onça. Disse pra
muié fica quetinha, levantô as oreia e foi oiando dentro do mato até que viu
onde a marruá tava. A danada tava em cima de uma árvore que era caída pra
dentro do rio. Tava meio mocada e olhava com uma cara de quem queria cumê. Tia
Nezinda perguntô: "E agora home, você num troce sua ispingarda." Quem
mandou ela falar isso!? Tio Mézin respondeu: "Você pera aqui que eu vô lá
buscá. Mas num tira o zóio dela. Não dexa ela fugir." Tia Nezinda ficou
branca quando se viu sozinha com a onça e, ainda mais quando viu a velocidade
em que Mézin subia o morro para buscar a ispingarda. Ele subia tranquilamente,
como se nada tivesse acontecendo, hehehe... passos curtos, dando tapas nos
mosquitos...
Uns quinze minutos depois,
quando ele voltou, viu a mulher no mesmo lugar onde havia deixado e, quando
olhou pra onça falou: "Nossa, ela desceu do gaio!" Tirou a bala do
bolso, colocou na espingarda, deu um tiro certeiro na testa da onça e a levou
pra casa para fazer tapete do couro dela. Trunqííílo... hehehe...
Enviado pelo leitor, Paulo Bezerra (Wenceslau Guimarães)
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