O ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, é os mais longevo da pasta desde a redemocratização do país.
Em entrevista à Folha de São Paulo desta segunda-feira (9), Cardozo afirma que
as críticas de colegas petistas ao seu trabalho são injustas. O ministro
acredita ter perdido amigos e ganhado inimigos à frente da pasta. Ele até
admite que o ex-presidente Lula possa não gostar dele. "Se você quer, na
vida política, se comportar dentro dos princípios do Estado de Direito, se
prepare para ter inimigos e perder amigos".
Sobre as severas críticas do
PT à atuação da Polícia Federal nas operações Zelotes e Lava Jato, José Eduardo
Cardozo disse que "o ministro da Justiça sempre será acusado em
investigações que atingem a área política. Os investigados reagem porque se
sentem injustiçados ou em busca de um discurso de defesa. Isso acaba se
revestindo de um ataque a quem também é do mundo da política. O ex-ministro da
Justiça Márcio Thomaz Bastos dizia que esse cargo é dos mais difíceis da
República, porque se é culpado pelo que se fez e pelo que não se fez. Há má
compreensão do que seja o estado de direito e do papel do agente público no
cumprimento da lei. Não esperem jamais que eu peça uma perseguição a um
adversário ou um aliviar a um aliado".
O ministro foi questionado
sobre o ex-presidente Lula ter uma possível expectativa equivocada em relação a
ele, Cardoz respondeu que "nunca recebi críticas diretamente do [ex]
presidente Lula. O que posso dizer é que tenho a consciência tranquila e que
respeito a lei. Jamais irei interferir no mérito de uma investigação, só quando
houver comprovados indícios de ilegalidade e de um comportamento
indevido".
Sobre possível excesso no
caso da intimação do filho de Lula em uma diligência feita às 23h, o ministro
disse que pediu esclarecimentos. Na Folha, Cardozo disse que A PF está ouvindo
as chefias e o agente policial para que esclareçam por que foi feito naquele
horário e qual é a regra aplicada para que se possa avaliar se houve algum
desmando.
"Isso será submetido a
mim através de um informação oficial. E isso não será feito porque é o filho do
[ex] presidente. Tenho feito isso em qualquer caso que em tese poderia ser
irregular", afirmou o Cardozo.
Poder & Politica
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