As seis centrais sindicais
reconhecidas, incluindo Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical,
realizarão plenária conjunta na segunda-feira para discutir uma proposta de
saída para a crise econômica. É a primeira vez que isso acontece e, de acordo
com Clemente Ganz Lúcio, do Departamento Intersindical de Estatísticas e
Estudos Socioeconômicos (Dieese), a principal preocupação é o impacto da Operação
Lava-Jato sobre empresas e emprego. Segundo o economista, ainda "falta
institucionalidade "aos órgãos envolvidos nas investigações de corrupção
no Brasil para lidar com instrumentos como os acordos de leniência, o que
coloca em risco mais empregos. Por isso, embora haja preocupação com a situação
de toda a indústria, as centrais devem dar prioridade aos setores de petróleo e
gás, naval e construção civil.
"A ideia é atuar em
duas frentes: na mobilização dos trabalhadores e na construção de acordos com o
empresariado. A percepção das centrais é que não temos chances se não
construirmos uma aliança mais ampla", disse Ganz Lúcio, que participou de
debate sobre novas e velhas políticas industriais e de inovação, durante o
seminário Desenvolvimento Produtivo e Inovativo, promovido pela Financiadora de
Estudos e Projetos (Finep). Para o economista, o movimento sindical errou nos
últimos anos ao não colocar na pauta de discussão com o governo e o
empresariado a necessidade de uma política industrial que permitisse ao país
ingressar na nova fase da indústria, marcada pela inovação. Empresários e
trabalhadores se acostumaram, segundo ele, a buscar soluções junto ao governo.
"Uma estratégia de desenvolvimento industrial não pode ser a soma das
nossas demandas corporativas e empresariais", disse.
Ascom Força Sindical
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