O delator Fernando Falcão
Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de
corrupção na Petrobrás, revelou à Procuradoria-Geral da República que entregou
em dinheiro vivo 'entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão' ao presidente da Câmara,
deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ). O valor, segundo Baiano, foi levado ao
escritório do peemedebista no Rio, em outubro de 2011. O dinheiro, afirmou o
delator, foi entregue a um certo 'Altair'. Ele disse que o montante era
relativo a uma parcela da propina total de US$ 5 milhões que teria sido
destinada a Cunha na contratação de navios sonda pela estatal petrolífera. As
informações sobre os detalhes da delação de Fernando Baiano foram divulgadas
nesta quinta-feira, 15, pelo Jornal Nacional, da TV Globo. O delator disse,
ainda, que tinha um celular exclusivo para falar 'com determinadas pessoas'
sobre valores ilícitos, entre elas Eduardo Cunha. Segundo ele, o presidente da
Câmara 'mandou até e-mail com tabela do que foi pago e do que ainda tinha que
ser pago'. Baiano disse que vai apresentar provas à Polícia Federal e à
Procuradoria-Geral da República.
Em outro trecho de seu
relato, ele contou sobre outras negociações de contratos com a Petrobrás. Ele
citou o nome do ex-presidente Lula. Afirmou que trabalhava para que a empresa
OSX participasse de contratos da Sete Brasil com a Petrobrás para exploração do
pré-sal. Para isso ele disse que pediu ajuda ao pecuarista José Carlos Bumlai,
amigo de Lula. O delator contou que 'o próprio Lula teria participado de
reuniões com o presidente da Sete Brasil para que a OSX fosse chamada para o
negócio'.
Os negócios não foram
adiante, segundo Baiano. Mesmo assim, segundo ele, Bumlai cobrou comissão de R$
3 milhões. O pecuarista amigo de Lula teria dito a ele que o valor seria
destinado a uma nora do ex-presidente da República que tinha uma dívida da
parcela de um imóvel.
Baiano afirmou que repassou
R$ 2 milhões através de contratos falsos de aluguel de equipamentos de uma
empresa de Bumlai.
msn Noticias
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