A presidente Dilma Rousseff
fez ontem novo apelo para que o vice, Michel Temer, reassuma a articulação
política do governo, mas ouviu um “não” como resposta. Os dois almoçaram, no
Palácio da Alvorada, e Dilma pediu ao vice que volte a fazer a “ponte” com o
Congresso. Mas Temer recusou. “Eu não me furto a colaborar, mas esse assunto
está encerrado”, disse o peemedebista à presidente. Após anunciar uma reforma
administrativa, com corte de 10 dos 39 ministérios, Dilma planeja agora
remodelar a Secretaria de Relações Institucionais, que hoje é responsável pela
articulação política. Na segunda-feira, Dilma conversou com o ministro da
Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo (PC do B), e pediu a ele que auxilie o
governo na reaproximação com o PMDB. O gesto foi interpretado como um sinal de
que Aldo pode voltar a comandar a articulação política, como fez no primeiro
mandato do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O assessor especial da
Presidência Giles Azevedo foi designado por Dilma para ouvir deputados e senadores
da base aliada e montar a blindagem do governo na CPI do BNDES.
No novo modelo planejado por
Dilma, Giles permaneceria como uma espécie de “ouvidor”, mas não seria
ministro. Hoje, além de assessor da presidente, ele é conselheiro da empresa
Itaipu Binacional. Com a saída definitiva de Temer da articulação política, o
ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), também deixará o “varejo” das
negociações com o Congresso. Apesar de ocupar a Aviação Civil, Padilha
despachava no gabinete da pasta de Relações Institucionais desde abril, quando
Temer assumiu a tarefa. Na reforma administrativa, Padilha é cotado para
assumir o Ministério dos Transportes, que deverá ser fortalecido. Nos
bastidores do governo, o comentário é que Transportes abrigará Portos e Aviação
Civil. Embora petistas queiram que o ministro da Defesa, Jaques Wagner, assuma
a articulação política ou a Casa Civil, no lugar de Aloizio Mercadante, Dilma
não dá sinais, até agora, de que fará essa mudança.
Politica Livre
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