Em encontro reservado, o
ex-presidente Lula pediu ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que
apóie as medidas de ajuste fiscal que serão encaminhadas pelo governo e segure
os pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Segundo o jornal
O Estado de S.Paulo, Lula relatou ao peemedebista preocupação com a
possibilidade de Dilma não chegar ao fim do governo. Hipótese que, na avaliação
do petista, ganhará força caso o Congresso não aprove as propostas do governo
para aumentar receita e diminuir despesas. De acordo com a reportagem, o
ex-presidente declarou que será muito difícil conter a pressão das ruas se um
processo de impeachment começar a tramitar na Câmara e que poderá haver até uma
“convulsão social”. Cabe a Eduardo Cunha, que se declara oposição ao governo
desde o fim do primeiro semestre, decidir se dá sequência ou não às petições
pelo afastamento da presidente.
A principal preocupação dos
governistas é com o pedido assinado pelo ex-deputado petista Hélio Bicudo (SP),
apoiado pela oposição. Na conversa com Cunha, ainda segundo o Estadão, Lula
disse que não há nada que comprove o envolvimento de Dilma em crime de
responsabilidade pela corrupção na Petrobras nem pelas chamadas pedaladas
fiscais, principais pontos destacados por Hélio Bicudo em sua peça (veja a
íntegra do pedido). Em sua passagem por Brasília, Lula também se reuniu com
ministros na tentativa de aparar divergências internas e harmonizar o discurso
do governo.
De acordo com o jornal
paulista, os dois se encontraram nessa sexta-feira (19), durante café da manhã,
em um hotel em Brasília. Cunha nega ter se reunido com o petista, mas a
informação é confirmada por assessores do ex-presidente. O presidente da Câmara
rompeu com o governo desde que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que aceite denúncia contra ele por
lavagem de dinheiro e corrupção. O deputado é suspeito de ter recebido US$ 5
milhões desviados da Petrobras no esquema de corrupção investigado pela
Operação Lava Jato.
Congresso em Foco
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