Embora tenha sido reeleito presidente da Fifa até 2019,
Joseph Blatter não resistiu à pressão imposta por investigações do Departamento
da Justiça dos Estados Unidos e, nesta terça-feira (2), renunciou ao cargo. A
decisão foi anunciada em coletiva de imprensa às 13h45 (horário de Brasília),
na qual o cartola suíço discursou e não deu espaço para perguntas de
jornalistas.
"Apesar de ter recebido um mandato dos membros da Fifa,
eu não sinto que tenho um mandato de todo o mundo do futebol – dos fãs, dos
jogadores, dos clubes e das pessoas que vivem respiram e amam o futebol tanto
quanto nós todos amamos a Fifa. Portanto, eu decidi submeter meu mandato a um
novo e extraordinário congresso eletivo. Eu vou continuar a exercer minhas
funções como presidente da Fifa até as eleições", afirmou Blatter.
Novas eleições serão convocadas pelo Comitê Executivo da Fifa
e devem acontecer entre dezembro de 2015 e março de 2016 em um novo congresso,
extraordinário, da entidade. O procedimento a ser adotado foi explicado por
Domenico Scala, membro do Comitê de Auditoria da Fifa, que também não aceitou
perguntas de jornalistas.
A renúncia de Blatter sucede a acusação de autoridades
americanas de que Jérôme Valcke, secretário-geral da associação e braço direito
do cartola suíço, esteve ciente do pagamento de US$ 10 milhões em propinas para
Jack Warner, ex-presidente da Concacaf, em favor da África do Sul na Copa do
Mundo de 2010. O The New York Times revelou a acusação na manhã desta terça, e
a Fifa alegou em seguida que o responsável pelo pagamento teria sido Julio
Grondona, falecido dirigente argentino. O Daily Mail, em seguida, desmentiu a
entidade ao publicar carta da Associação Sul-Africana endereçada a Valcke na
qual cobrava o repasse dos US$ 10 milhões.
Joseph Blatter, aos 79 anos, era presidente da Fifa desde
1998, quando substituiu o brasileiro João Havelange no cargo.
Revista Epoca
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