Às vésperas da sanção da Medida Provisória 664, que altera
benefícios previdenciários e integra o ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff,
o Palácio do Planalto decidiu convocar representantes de seis centrais
sindicais e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)
para apresentar nesta segunda-feira (15) uma proposta alternativa à revisão do
fator previdenciário aprovada pelo Congresso Nacional. A presidente Dilma
Rousseff tem até quarta-feira (17) para se decidir sobre o veto à proposta de
flexibilização do fator previdenciário, que acabou incorporada à Medida
Provisória 664 no Congresso. Criado em 1999, no governo Fernando Henrique
Cardoso, o fator previdenciário diminui em aproximadamente 30% o valor das
aposentadorias.
O Planalto pretende apresentar na ocasião uma fórmula que
muda o cálculo para a obtenção da aposentadoria, uma espécie de “85/95
progressivo”, em referência à proposta aprovada no Congresso no fim de maio. A
medida votada por parlamentares que vai para sanção ou veto presidencial
institui a fórmula 85/95, que dá aposentadoria integral para mulheres cuja soma
da idade com o tempo de contribuição for 85 anos e, no caso de homens, 95 anos.
O governo trabalha com a proposta de “85/95 progressivo”, pela qual a fórmula
adotada para a obtenção do benefício subiria para 86/96, 87/97 e assim
sucessivamente, de acordo com a evolução demográfica da população brasileira e
do avanço da expectativa de vida.
Os ministros da Previdência Social, Carlos Gabas, e da
Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, deverão se
reunir na tarde da próxima segunda com representantes da Central Única dos
Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central de Trabalhadores e Trabalhadoras
do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de
Trabalhadores e da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) para discutir o
assunto. Essas seis centrais compõem o Fórum de Debates sobre Políticas de
Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social, criado por Dilma por decreto
em 30 de abril, na véspera do Dia do Trabalho. A Contag também foi convidada para
a reunião com os ministros. Em entrevista ao Estadão publicada na segunda-feira
passada, 8. Dilma afirmou que a proposta de 85/95, aprovada no Congresso,
“causa problemas para a Previdência e precisa ser alterada”. “A proposta de ser
progressiva é viável. Mas ainda estamos estudando. Tem de ter mudanças”, disse
a presidente, que comentar se vetaria ou não as alterações que flexibilizam o
fator previdenciário.
Ainda que os efeitos da mudança aprovada pelo Congresso não
sejam totalmente sentidos no curto prazo, o Planalto está preocupado em
garantir a sustentabilidade da Previdência Social e a tendência, hoje, é pelo
veto à emenda aprovada pelos congressistas.
Fonte: Estadão/Enviado pela Ascom Força Sindical
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