A construção civil no Grande ABC registrou queda no nível de
emprego pelo quinto mês consecutivo. No acumulado de 12 meses até abril, 4.267
postos de trabalho foram fechados no setor nas sete cidades, o que representa
encolhimento de 8,63% nas ofertas de ocupação no setor. O desempenho foi pior
do que a média estadual (-6,77%) e o segundo mais alarmante entre as regiões de
São Paulo pesquisadas, atrás somente de Presidente Prudente (-24,7%).
Apenas neste ano, 3.760 operários foram demitidos, diminuição
de 7,65% no total de vagas na comparação com o mesmo período de 2014. Em abril,
53 postos foram fechados, retração de 0,12%. A diretora regional do
SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São
Paulo) para o Grande ABC, Rosana Carnevalli, avalia que a queda no nível de
renda da população e as restrições ao crédito diminuem a procura por imóveis
novos. “Com a insegurança na economia, muitas pessoas acabam evitando, nesse
momento, um investimento a longo prazo”, comenta.
As demissões no setor também são impulsionadas, na opinião
dela, pelas mudanças nas leis municipais de zoneamento. “Em 2010, quando
tínhamos muitos lançamentos no Grande ABC, boa parte dos zoneamentos foram
alterados de forma mais restritiva”, explica. Ou seja, os planos diretores das
cidades passaram a liberar menos áreas para uso das construtoras. No acumulado
de 12 meses, o único município da região que apresentou aumento no nível de
emprego no setor até abril foi Mauá, onde foram criados 344 postos de trabalho,
elevação de 9,03%.
Para Rosana, uma das explicações é o fato de a cidade possuir
terrenos cujo valor do metro quadrado é inferior ao observado em municípios
vizinhos. “Nesse contexto, surgiram empreendimentos voltados ao Minha Casa,
Minha Vida (programa do governo federal voltado à habitação popular). Seria
impossível fazer o mesmo produto em Santo André ou São Caetano por conta do
preço”, salienta.
Ascom Força Sindical
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