O plenário da Câmara concluiu, nesta quinta-feira (25), a
análise dos destaques ao Projeto de Lei 863/15, que reduz as desonerações da
folha de pagamento em diversos setores da economia. Entre os destaques, foram
aprovados benefícios fiscais à Zona Franca de Manaus e uma alíquota menor para
o setor de confecções, aumentando-se o impacto financeiro nos cofres públicos
em ambas as situações. Mesmo assim, o governo minimizou as novas derrotas na
Câmara. O texto foi aprovado na forma do substitutivo do deputado Leonardo
Picciani (PMDB-RJ) ao Projeto de Lei 863/15, de autoria do Executivo. A matéria
determina a substituição da contribuição patronal para a Previdência (20% sobre
a folha de pagamento) por alíquotas incidentes na receita bruta das empresas. O
projeto aumenta ainda as duas alíquotas atuais, de 1% e 2%, sobre a renda bruta
de cada empresa. Os percentuais passariam a ser, respectivamente, 2,5% e 4,5%.
O texto-base já estabelecia que alguns setores teriam alíquotas
diferenciadas. As empresas dos setores de call center e de transportes
rodoviários e ferroviários de passageiros, por exemplo, teriam alíquotas de 2%
e 3% sobre o faturamento bruto. Já os produtos de cesta básica, comunicação
social e transportes de cargas teriam aumento de 1% para 1,5% sobre toda a
renda obtida. Mas, nesta quinta-feira, a Câmara aprovou novas alterações ao PL
863/15. Deputados incluíram também o setor de confecções na lista daqueles que
contarão com aumento menor da alíquota sobre a receita bruta, de 1% para 1,5%.
Outra mudança diz respeito à retirada do dispositivo do texto-base que impedia
empresas de bebidas instaladas na Zona Franca de Manaus (ZFM) de aproveitar
créditos tributários obtidos com a produção de refrigerantes, águas e
energéticos para reduzir tributos a pagar em outros estados referentes a outras
bebidas.
Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) minimizou
as novas derrotas. Ele disse acreditar que a inclusão do setor de confecções em
uma faixa menor de alíquota e da manutenção dos benefícios fiscais à Zona
Franca de Manaus não terão impacto considerável dentro do projeto de ajuste
fiscal do governo. “O impacto é muito pequeno. Mas tivemos uma vitória, sim, ao
aprovar o pacote de medidas na Câmara”, analisou Guimarães. A votação ocorreu
sob protestos de deputados da oposição. Eles se manifestaram em plenário com
faixas, cartazes e até um “apitaço” contra o substitutivo do deputado Leonardo
Picciani. Alguns exibiram uma faixa em que se lia: “Dilma mentiu, PT traiu. +
impostos + desemprego”. O protesto durou aproximadamente 5 minutos.
Com informações da Agência Câmara
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