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segunda-feira, 11 de maio de 2015

O cheiro da morte: cães são melhores do que máquinas para encontrar corpos




Você já percebeu que, quando catástrofes acontecem, as autoridades responsáveis pela descoberta e resgate de pessoas e corpos sempre contam com a presença de alguns cachorros? Isso não é porque eles simplesmente são os melhores amigos do ser humano. Acontece que os animais são o método mais versátil e confiável de encontrar vida ou corpos no meio de destroços. Nenhuma máquina já criada pode encontrar com tanta precisão o cheiro de decomposição como os nossos amigos de quatro patas e focinho molhado — principalmente os cães com treinamento próprio, chamado de Human Remains Detection (HRD, algo como Detecção de Restos Humanos).
Ok, agora que você já sabe ou relembrou por que os cachorros são usados, qual é a química que chama a atenção do animal durante as buscas? Que tipo de cheiro? É isso o que alguns cientistas estão tentando descobrir. Um corpo humano em decomposição solta mais de 478 componentes químicos. Dentro dessas centenas de odores, alguns deles "ativam o nariz" do cachorro. Então, uma pesquisa feita na Texas A&M University busca descobrir quais cheiros são chamativos ao animal. Dessa maneira, é possível realizar um treinamento mais eficaz. Também foi descoberto que o cheiro específico está presente durante todo o processo de decomposição, desde a morte recente até esqueletos com anos de idade. Ainda, ele também está presente em amostras de sangue, ossos, gordura, tecido e, acredite se quiser, cinzas. Os amigos peludos sentem o cheio da morte até no solo onde um corpo ficou por um tempo.
O treino específico vem para diferenciar os tipos de odores. Por exemplo, cães que não são treinados podem confundir restos decompostos de animais e humanos. Os dois componentes que provavelmente mais chamam a atenção são a cadaverina e a putrescina. Ambos são produzidos na quebra de aminoácidos durante a decomposição. Acreditava-se que eles eram os responsáveis por alertar os cães. Porém, um estudo feito na Universidade de Tennesse, em 2004, mostra que eles não são o ponto chave da equação, apesar de serem importantes. Isso porque, após testes com amostras, foram descobertos 400 componentes. E a quantidade de cadaverina e putrescina foi muito pequena. Já outro estudo, feito pela Body Farm em 2008, pode ter encontrado parte da resposta final, e ela está dentro de ossos. A "Fazenda dos Corpos" comparou vapores químicos de esqueletos humanos, de cachorros e de porcos. Então, descobriu que cada tipo de osso produzia químicas diferentes em algumas classes.
Mesmo que ainda não exista uma resposta conclusiva, vários cientistas continuam a busca. A descoberta final, além de reveladora, pode levar os cachorros HDR a outro patamar. Eles vão ser mais rápidos e mais "sensitivos" para ajudar a encontrar corpos em catástrofes e acidentes.

Fonte NCBI


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