Na véspera do Dia do Trabalho, o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), propôs um pacto nacional pela defesa do emprego e criticou
a atuação do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) na articulação política do
governo. Renan afirmou que o PMDB não pode ser um partido que age somente em
troca de cargos e posições no Poder Executivo. O presidente do Senado foi além
e declarou que “não quer participar do Executivo” e nem “indicar cargos” no governo.
“O PMDB não pode se transformar em um coordenador de RH
distribuindo cargos e posições. Isso seria, do ponto de vista do nosso partido,
que é o maior partido do Brasil [...] um retrocesso que essa distribuição de
cargo significa”, ressaltou Renan em coletiva de imprensa.
“Eu não quero é participar do Executivo. Eu não vou indicar
cargo no Executivo porque esse papel hoje é incompatível com o Senado
independente. E eu prefiro manter a coerência do Senado independente, não
participando de forma nenhuma de indicação de cargos no Executivo”,
complementou em seguida o presidente do Senado.
Renan afirmou também que pretende impulsionar medidas
legislativas para que as empresas, sobretudo as pequenas, mantenham e criem
novos postos de trabalho. Renan indicou que não deve dar celeridade no projeto
de lei da terceirização, que chegou essa semana ao Senado. Entre as propostas
de Renan, está a recomendação para eu o governo priorize, em suas compras,
empresas que criem novas vagas. O presidente do Senado também quer conceder
desoneração da folha para essas companhias e sugeriu aumentar o crédito da
Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDES) para as empresas que não fecharem postos de trabalho.
Renan também criticou a presidente Dilma Rousseff por ela não
se pronunciar em rede de rádio e TV no Dia do Trabalho. “Não há nada pior do
que a paralisia, do que a falta de iniciativa, do que o vazio. Nós fizemos a
democracia para deixar as panelas falarem. As panelas precisam se manifestar.
Nós precisamos todos ouvir o que as panelas dizem. Certamente a presidente
Dilma não vai falar no dia 1º de Maio por que não tem o que dizer. Por isso eu
estou proponho um pacto em defesa do emprego”, disse Renan em alusão ao
panelaço que ocorreu no Dia Internacional da Mulher durante o pronunciamento em
rádio e TV da presidente.
Ele classificou de “retrocesso” e “coisa ridícula” o governo
não ter o que dizer no Dia do Trabalho. A presidente Dilma Rousseff não fará
pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV em 1º de Maio. Conforme o
governo, ela se manifestará por meio das redes sociais. “Essa coisa de a
presidente da República não poder falar no dia 1º de maio por não ter o que
dizer é ridícula. Isso enfraquece muito o governo”, criticou Renan.
Com informações da Agência Senado
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