Demissões, cortes de gastos, aperto orçamentário. Não é
apenas o ajuste fiscal proposto pelo governo Dilma Rousseff que tem incomodado
o PT. Em meio a uma queda brutal de arrecadação provocada pela redução das
doações privadas desde que o tesoureiro João Vaccari Neto passou a ser
investigado pela Operação Lava Jato, o partido está enfrentando um ajuste
drástico em suas próprias contas. Depois de mais de uma década de bonança, o
partido está sendo forçado a economizar por falta de dinheiro, mesmo diante de
um forte aumento do Fundo Partidário neste ano – o Congresso aprovou a elevação
de R$ 289,56 milhões pagos em 2014 para R$ 867,56 milhões.
O uso de passagens aéreas por dirigentes foi limitado,
diretórios regionais demitiram funcionários, o aluguel de espaços para eventos
foi otimizado e até o uso de telefones foi restrito. Integrantes da Executiva
Nacional do PT, órgão responsável pela administração direta do partido, tiveram
a verba de telefonemas reduzida de R$ 500 para R$ 100. Muitos deles preferiram trocar
de celular, optando por operadoras mais baratas. Verbas com táxi, combustível,
alimentação, serviços técnicos de terceiros, advogados e gráficas também foram
contingenciadas. Segundo a direção do partido, a única área que não foi afetada
é a de comunicação, para onde são direcionados todos recursos economizados em
outras despesas.
Apesar disso a implantação da TV PT está atrasada em quase um
mês. Na reunião do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com presidentes
estaduais e dirigentes, na segunda-feira passada, quase toda a executiva
petista viajou com passagens pagas do próprio bolso ou compradas com pontos
acumulados em programas de fidelidade. Desde o início deste ano, o único
dirigente que tem autonomia para reservar passagens aéreas sem pedir autorização
é o presidente nacional do partido, Rui Falcão. Depois dos gastos com pessoal,
que em 2013 somaram R$ 13 milhões, as viagens são o principal item de despesas
do PT, com R$ 7 milhões.
Estadão.com
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