A JD Assessoria e Consultoria, empresa do ex-ministro José
Dirceu, faturou R$ 39,1 milhões entre 2006 e 2013, quase R$ 10 milhões a mais
que os R$ 29,3 milhões discriminados na quebra de sigilo entregue aos
procuradores da Operação Lava Jato. Parte da diferença veio de pagamentos de
clientes estrangeiros, não listados no relatório da Receita Federal. A
assessoria de Dirceu confirmou ter recebido dos bilionários mexicanos Carlos
Slim e Ricardo Salinas, do empresário de comunicação venezuelano Gustavo
Cisneros e da espanhola Telefónica. As receitas foram declaradas no imposto de
renda, mas os nomes das fontes pagadoras estrangeiras não estão discriminados
porque o dinheiro chegou às contas da JD por meio de contratos de câmbio.
Nesta modalidade, o
contribuinte declara os valores recebidos, mas não os dados de quem fez os
pagamentos. A origem do dinheiro fica registrada no Banco do Brasil, onde as
operações foram realizadas, e no Banco Central. Só é preciso discriminar ao
fisco quem fez os pagamentos se cair na malha fina. Dirceu entrou no radar da
Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção na Petrobras, depois que
a investigação detectou que sua empresa recebeu R$ 10 milhões de empreiteiras
suspeitas de formar cartel para superfaturar obras da estatal.
Escreve Graciliano Rocha, Folha de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário