O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reagiu com
indignação ao veto parcial da presidente Dilma Rousseff (PT) à Lei 13.107 que
limita a fusão e incorporação de partidos políticos. Segundo Cunha, a relação
entre governo e o PMDB piora com o veto parcial. Esta lei estabelece tempo
mínimo de cinco anos de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que
partidos possam se fundir. No entanto, Dilma vetou dois trechos do texto, que
tratavam da migração de parlamentares e do registro de legendas criadas por
fusões. Um dos vetos retirou da lei a possibilidade de que políticos com
mandato, eleitos por outras legendas, pudessem se filiar ao novo partido criado
por fusão sem perder o mandato.
Para Cunha, o veto parcial foi uma manobra do governo federal
e o PMDB pretende questionar a lei na Justiça, provavelmente por meio de uma
ação no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente da Câmara classificou o
veto como “estranho”. “Aquele veto é um veto estranho, porque atrapalha o
problema das fusões e fala especificamente que não pode equiparar o processo de
mudança partidária de fusão para a criação de partido. Vamos trabalhar com toda
a força para derrubar este veto”, disse Cunha.
A maior irritação de Cunha ocorre porque o veto parcial
favorece o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, que articulava a fusão do PSD
com o PR. “O que eu acho é que houve uma estrutura de governo que deixou para o
último dia pra sancionar. Já programado”, analisou Cunha. “Tem um manancial de
briga jurídica que eu duvido que algum parlamentar vai poder se filiar a esse
partido enquanto não tiver definição se alguém pretende disputar as eleições de
2016. Então, você tem um campo muito fértil para a discussão”, complementou.
“Com certeza absoluta (houve a intenção) de enfraquecer o
PMDB. Não vou utilizar a palavra golpe porque eu não tenho o hábito de atacar
dessa forma”, analisou Cunha. “Eu vou no fato. Isso é um projeto de
enfraquecimento do PMDB que já foi fartamente denunciado por todos nós. Então
nós vamos combater esse processo. E vamos combater de todas as formas. Na justiça, na política derrubando veto,
enfim, de todas as maneiras”, ressaltou o presidente da Câmara.
Escreve Congresso em Foco
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