Ele é uma herança de várias comemorações realizadas na
Antiguidade por povos como os egípcios, hebreus, gregos e romanos. Esses
festejos pagãos serviam para celebrar grandes colheitas e principalmente louvar
divindades. É provável que as mais importantes festas ancestrais do Carnaval
tenham sido as "saturnais", realizadas na Roma antiga em exaltação a
Saturno, deus da agricultura. Na época dessa celebração, as escolas fechavam,
os escravos eram soltos e os romanos dançavam pelas ruas. Havia até mesmo uma
espécie de "bisavô" dos atuais carros alegóricos. Eles levavam homens
e mulheres nus e eram chamados de carrum navalis, algo como "carro
naval", pois tinham formato semelhante a navios. Alguns pesquisadores
enxergam aí a origem da palavra carnaval. A maior parte dos especialistas,
porém, acha que o termo vem de outra expressão latina: carnem levare, que
significa "retirar ou ficar livre da carne".
Isso porque, já na Idade Média, essas velhas festividades
pagãs foram incorporadas pela Igreja Católica, passando a marcar os últimos
dias de "liberdade" antes das restrições impostas pela Quaresma.
Nesse período de penitência para os cristãos (durante os 40 dias antes da
Páscoa), o consumo de carne era proibido. A variação da data do Carnaval no
calendário se deve justamente à ligação direta com a Páscoa - que, no
hemisfério sul, sempre acontece no primeiro domingo após a primeira lua cheia
do outono. Determinada a data do feriado cristão, basta retroceder 46 dias no
calendário (40 da Quaresma mais seis da Semana Santa) para se chegar à
Quarta-Feira de Cinzas. A comemoração do Carnaval adquiriu diferentes formas
nos países católicos que mantiveram a celebração. No Brasil, foi grande a
influência do "entrudo", uma folia feita em Portugal, onde eram
comuns as brincadeiras com água.
Fonte Editora Gryphus
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