Reunião com o governo termina sem acordo e sindicalistas vão
tentar derrubar MPs que mudam benefícios trabalhistas na Câmara. O Palácio do
Planalto decidiu mesmo comprar briga com as centrais sindicais e avisou aos
sindicalistas ontem que não tem intenção, agora, de modificar as Medidas
Provisórias que tornam mais rígido o acesso aos benefícios trabalhistas, entre
eles o seguro-desemprego, pensão por morte, auxílio-doença, além de benefícios trabalhistas
e previdenciários. O aviso foi dado ontem por ministros do governo Dilma aos
representantes das principais centrais do país. Segundo o secretário-geral da
Força Sindical, João Carlos Gonçalves, Juruna, a estratégia passa a ser
derrubar as MPs no Congresso. Por isso os sindicalistas vão pressionar
deputados e senadores a rejeitar as alterações.
“As MPs teriam de passar pelo Congresso de qualquer jeito,
então o mais coerente é debater junto com os parlamentares”, afirmou Juruna.
O ministro Miguel Rossetto
( Secretaria Geral de Presidência) minimizou o impasse e disse que serão
organizadas como comissões nas quais os sindicalistas poderão debater as MPs no
Congresso. “Vamos criar espaços tripartites para que governo, centrais e
parlamentares compartilhem opiniões sobre essas medidas”.
Também estavam na reunião os ministros Nelson Barbosa
(Planejamento) e Manoel Dias (Trabalho) Carlos Gabas (Previdência Social). “O
tema não é esse (retroceder). O governo está aberto a discutir essa agenda”,
desconversou Rossetto sobre, ao menos, mudar o texto das medidas. Havia uma
sinalização do Palácio do Planalto para minimizar, ao menos, o acesso ao
seguro-desemprego, mas isso não aconteceu.
“Que tributem as grandes fortunas, as remessas ao exterior.
Temos outras alternativas para que o
governo faça economia que ele quer fazer. Porque nós não aceitamos que isso
seja feito no direito dos trabalhadores”, atacou Wagner Freitas, presidente da
CUT (Central Única dos Trabalhadores).
“Só há medidas negativas ao trabalhador”, reforçou o
presidente da Força Sindical, Miguel Torres, sobre as novas regras. Wagner
Freitas ressaltou de novo que a negociação será “retomada no Congresso”, ou seja,
o Palácio do Planalto vai ter de reunir sua base, em frangalhos após a eleição
do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no domingo para presidência da Câmara, caso
queira insistir nas MPs.
O presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo
Patah, acrescentou que as centrais estão unidas para “saírem vitoriosas desta
negociação” no Congresso.
Ascom Força Sindical
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