O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) enviou nesta segunda-feira,
5, uma carta para a presidente Dilma Rousseff, na qual lamenta o veto ao
projeto de lei que institui uma linha oficial da pobreza no País. Autor da
proposta, Suplicy disse estranhar que os ministros da Fazenda, do Planejamento
e do Desenvolvimento Social não tenham tido a “atenção” de conversar com ele
antes de recomendar o veto presidencial. “Diferentemente do argumentado, os
dispositivos do projeto levam em consideração as políticas públicas voltadas à
erradicação da pobreza, como o Programa Bolsa Família e o Plano Brasil Sem
Miséria, as quais consideram linhas oficiais de pobreza para definir quais
serão as famílias beneficiárias”, escreveu Suplicy, ao rebater os motivos
alegados para o veto. De acordo com o senador, que fez desse projeto uma
bandeira política, ao lado da Renda Básica da Cidadania, a proposta não causa
despesa adicional para o governo. Na carta de dez parágrafos, Suplicy também
pediu uma conversa com Dilma. Após 24 anos no Senado, ele não foi reeleito. Ao
defender o projeto de lei, o petista lembrou que, quando cumprimentou a
presidente na cerimônia de diplomação, em 18 de dezembro, disse achar justo que
ela concedesse, antes do término do seu mandato, no próximo dia 31, a audiência
reivindicada desde 2013. “Vossa Excelência disse a mim: “É mais do que justo”.
E assegurou-me que ela vai acontecer. Agora, além de tratar da sugestão para
que crie um grupo de trabalho para estudar as etapas de como chegaremos um dia
à Renda Básica da Cidadania, prevista em lei, também quero conversar sobre a
possibilidade de indicar aos líderes no Congresso a derrubada do veto ao
projeto da linha oficial da pobreza”, adiantou o senador, na correspondência
endereçada a Dilma.
Escreve Vera Rosa, Estadão Conteúdo
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