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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Uma agenda para a classe trabalhadora – Parte l



A situação político-econômica exige do movimento sindical atitude mais incisiva em defesa dos direitos conquistados e no avanço de novas reivindicações. As incertezas e o cenário desafiador que rondam o ano de 2015 levam o movimento sindical a refletir e a se mobilizar pela implementação de uma agenda voltada para o desenvolvimento do país. Essa agenda tem que, necessariamente, levar em conta a pauta trabalhista e o fortalecimento da indústria. Estamos apreensivos com os rumos da economia, visto que a previsão é de crescimento pífio, a inflação operando no teto ou acima da meta, o mercado de trabalho mostrando os efeitos da estagnação, os juros em patamares estratosféricos e a falta de incentivos e de um projeto para a indústria. Com claro viés por medidas restritivas, e o aceno a novos impostos para fazer o ajuste fiscal, a equipe econômica escolhida pela presidenta Dilma Rousseff parece se inclinar e apontar para os trabalhadores a conta desses ajustes. Não vamos permitir, de modo algum, que os trabalhadores paguem a conta dos desacertos do governo.
O fantasma do ataque aos direitos trabalhistas e sociais ronda o Brasil. Há décadas o povo tem sido pilhado com a política econômica voltada para o pagamento aos rentistas. Tão forte quanto essa premissa é a ideologia de se tentar apontar os gastos sociais conquistados como os responsáveis pelos desequilíbrios macroeconômicos. Está claro que a situação política e econômica exigirá do movimento sindical uma atitude mais incisiva em defesa dos direitos conquistados e no avanço de novas reivindicações. A composição mais conservadora do Congresso coloca na ordem do dia a premência de mais organização e mobilização dos trabalhadores em torno da nossa pauta. Como instrumento de luta temos de persistir numa agenda de unidade de ação das centrais sindicais. Para 2015 devemos realizar uma nova Marcha Nacional da Classe Trabalhadora, ampliar a pressão organizada sobre o governo e o Parlamento em defesa da nossa pauta, desenvolver e incentivar as possibilidades de negociação nos conselhos e estruturas que debatam assuntos relativos aos direitos sociais.

Continua...




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