A situação político-econômica exige do movimento sindical
atitude mais incisiva em defesa dos direitos conquistados e no avanço de novas
reivindicações. As incertezas e o cenário desafiador que rondam o ano de 2015
levam o movimento sindical a refletir e a se mobilizar pela implementação de
uma agenda voltada para o desenvolvimento do país. Essa agenda tem que,
necessariamente, levar em conta a pauta trabalhista e o fortalecimento da
indústria. Estamos apreensivos com os rumos da economia, visto que a previsão é
de crescimento pífio, a inflação operando no teto ou acima da meta, o mercado
de trabalho mostrando os efeitos da estagnação, os juros em patamares
estratosféricos e a falta de incentivos e de um projeto para a indústria. Com
claro viés por medidas restritivas, e o aceno a novos impostos para fazer o
ajuste fiscal, a equipe econômica escolhida pela presidenta Dilma Rousseff
parece se inclinar e apontar para os trabalhadores a conta desses ajustes. Não
vamos permitir, de modo algum, que os trabalhadores paguem a conta dos
desacertos do governo.
O fantasma do ataque aos direitos trabalhistas e sociais
ronda o Brasil. Há décadas o povo tem sido pilhado com a política econômica
voltada para o pagamento aos rentistas. Tão forte quanto essa premissa é a
ideologia de se tentar apontar os gastos sociais conquistados como os
responsáveis pelos desequilíbrios macroeconômicos. Está claro que a situação
política e econômica exigirá do movimento sindical uma atitude mais incisiva em
defesa dos direitos conquistados e no avanço de novas reivindicações. A
composição mais conservadora do Congresso coloca na ordem do dia a premência de
mais organização e mobilização dos trabalhadores em torno da nossa pauta. Como
instrumento de luta temos de persistir numa agenda de unidade de ação das
centrais sindicais. Para 2015 devemos realizar uma nova Marcha Nacional da
Classe Trabalhadora, ampliar a pressão organizada sobre o governo e o
Parlamento em defesa da nossa pauta, desenvolver e incentivar as possibilidades
de negociação nos conselhos e estruturas que debatam assuntos relativos aos
direitos sociais.
Continua...
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