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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Quem ganha menos paga mais impostos



Os mais pobres são os que mais pagam impostos no Brasil. É o que comprova estudo do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) divulgado ontem. Pelo levantamento, feito com base em dados do Censo 2010 e da pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quase 80% (mais precisamente 79%) da população brasileira, que recebe até três salários mínimos (R$ 2.172), contribui com a maior parte, 53%, de toda a arrecadação tributária do País.
O cálculo do IBPT mostra ainda que, do total de 202 milhões de habitantes, 7,6%, que ganham mensalmente entre cinco e dez salários mínimos (de R$ 3.620 a R$ 7.240), respondem por 16% do total arrecadado. Por sua vez, 20 milhões de pessoas (10,14%), que têm rendimento entre três a cinco mínimos (R$ 2.173 a R$ 3.620), são responsáveis por 12,5% do total de tributos recolhidos aos cofres públicos. E que têm mais recursos, com salários de dez a 20 mínimos (R$ 7.241 a R$ 14.480), 4,8 milhões de pessoas (2,4%) contribuem com 9,6%.
Os números refletem a estrutura tributária do País, cuja arrecadação é concentrada no consumo e não na renda ou no patrimônio, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos e na Europa, assinala o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike. Esse modelo, segundo ele, faz com que haja sistema regressivo, no qual quem ganha menos, proporcionalmente contribui mais. O estudo mostra ainda que boa parte (42,43%) dos gastos da população, e também do recolhimento de impostos, está no grupo de produtos e serviços para habitação, seguida por vestuário (23,8%) e alimentação (14,37%). Entre os principais impostos do País estão o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), ISS (Imposto Sobre Serviços), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS e Cofins, todos eles que impactam no bolso do consumidor.
O presidente da ACSP, Rogério Amato, afirma que o Brasil não suporta mais caregar esse peso tributário. “Precisamos exigir impostos mais justos e melhor aplicados. Essa deve ser uma das grandes causas da nossa entidade”, afirma. 


ASCOM Força Sindical

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