O apoio ao governo da
presidenta Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados ficou abaixo de 50%
desde o segundo ano de mandato da petista. De fevereiro de 2011 a julho de
2014, em média, a adesão dos deputados à gestão da presidenta foi de 48,24%. O
resultado é inferior às taxas médias do ex-presidente Lula (PT) – 55,75% no
primeiro mandato e 51,18% no segundo. Os dados são da consultoria Arko Advice. Sucessora
e afilhada política de Lula e candidata à reeleição, Dilma só teve o apoio de
mais da metade dos deputados no primeiro ano de mandato. Em 2011, 54,7% dos
integrantes da Casa votaram como o governo queria. “O resultado [de Dilma] pode
ser considerado modesto, considerando que o tamanho de sua base no Legislativo
ficou praticamente o mesmo em termos numéricos em relação à gestão de Lula e
que não houve votação de reformas constitucionais”, afirmam Murillo de Aragão e
Cristiano Noronha, autores do estudo. Eles consideram que o primeiro ano de
mandato, em geral, é um período de “lua de mel com o Parlamento”.
No levantamento sobre o
comportamento partidário durante o governo Dilma, a consultoria analisou 337
votações nominais e abertas que aconteceram no Congresso Nacional, sendo 264 na
Câmara e 73 no Senado. Na primeira Casa, o governo foi derrotado em 32 votações
e na segunda, em apenas três. O cientista político Cristiano Noronha observa
que, em geral, atritos entre um presidente da República e o Congresso estão
relacionados à liberação de emendas apresentadas pelos parlamentares ao
Orçamento da União, à distribuição de cargos e à falta de diálogo com o
Legislativo. Segundo ele, Dilma pecou mais por não estabelecer um diálogo
adequado com os congressistas e até por não dialogar.
Continua...
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