A comissão técnica da
seleção brasileira detectou que o principal problema do time é o estado
emocional dos jogadores. O técnico Luiz Felipe Scolari, o coordenador Carlos
Alberto Parreira e o auxiliar Flavio Murtosa concluíram que se diminuírem a
tensão dos atletas, a seleção vai voltar a jogar um bom futebol. Chegou a hora
de ser menos coração e mais razão. Na noite desta segunda-feira (30), Felipão e
Parreira, com ajuda de psicólogos, tiveram a primeira reunião com os jogadores
para dar início à recuperação psicológica do grupo. Alguns atletas, na
avaliação da comissão técnica, estão com a adrenalina acima do tolerável. De
acordo com o comando da seleção, é preciso fazer entender de que não adianta
mais jogar com "sangue nos olhos". A preocupação dos dois é tirar a
pressão que está em cima dos jogadores.
Uma das medidas que vão
adotar é bater na tecla de que o pior já passou com a vitória na batalha contra
o Chile. Entendem que se o Brasil fosse eliminado nas oitavas de final, o
vexame seria bem maior do que a derrota de 1950 para o Uruguai. Agora, contra a
Colômbia, apostam que o jogo não terá um clima de guerra e vai ser decidido na
bola. Depois de transmitir aos atletas de que não é o fim do mundo disputar a
Copa no Brasil, os chefes da comissão técnica e os psicólogos a serviço da
seleção vão se dedicar aos jogadores que estão mais sentindo a pressão. A ordem
é passar confiança e cobrar menos.
Todo esse trabalho em cima
do lado emocional dos jogadores, espera a comissão técnica, vai ter efeito
imediato no jeito de a seleção jogar. Felipão e Parreira têm certeza que,
controlada a pressão emocional, os jogadores vão chorar menos e voltar a atuar
com mais tranquilidade. Os efeitos práticos dessa mudança de comportamento,
avalia o comando da seleção, será maior controle da bola, troca de passes e
inteligência na hora de tomar decisões importantes no jogo, seja em situações
favoráveis ou não ao time. Os comandantes esperam que os jogadores, sem o peso
emocional, possam ter uma melhor leitura do jogo. Entendem, por exemplo, que
Oscar e Hulk têm de ser mais criativos e não ficarem presos ao esquema tático
definido nos vestiários. Querem que os dois possam agrupar mais o meio de campo
ao lado dos volantes e dos laterais. Assim como os críticos insistem que a bola
precisa circular mais pelo meio.
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