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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Alimentos sinalizam que preços às famílias vão cair


Os alimentos deram sinal de que vão diminuir o impacto no bolso do consumidor neste mês. A tendência é de que as famílias encontrem até deflações em junho. Esta é a análise do superintendente adjunto de inflação do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), Salomão Quadros. A base para a estimativa foi o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), publicado ontem pela instituição de ensino, cuja variação referente a abril atingiu 0,45%, menor do que em março, quando o registro foi de 1,48%. A coleta vai do primeiro ao último dia do mês referência.
O indicador tem 30% de sua composição de variações para as famílias com renda entre um (R$ 724) e 33 salários-mínimos (R$ 23.892). Este resultado é apresentado pelo subíndice IPC-DI (Índice de Preços ao Consumidor), que desacelerou de 0,85% para 0,77%. O grupo de despesas com alimentos do IPC-DI mostrou desaceleração também, passando de 1,66% para 1,42%. Para o economista da Austin Rating Wellington Ramos, este é o reflexo do fim do choque de oferta, principalmente no setor agropecuário. Após fase de clima quente e sem chuvas, que fez com que os produtores tivessem suas safras prejudicadas, nos primeiros três meses, abril se apresentou ameno no que se diz respeito à situação climática. E, naturalmente, a produção tem dado sinais de retorno à normalidade.
 Quadros destacou que a inflação dos alimentos in natura, dentro do IPC-DI, passou de 9,97% em março para 2,27% no mês passado. “Mas os alimentos processados, como carne e leite, ainda fazem o contraponto”, observou. Esses produtos passaram de alta média de preços, na relação mensal, de 0,52% para 1,86%. “E eles pesam três vezes mais dentro do indicador do que os in natura.” Porém, Quadros estima que no fim de maio, e em junho, a tendência é de desaceleração da inflação dos alimentos em geral e, até mesmo, deflações. Isso porque o índice de preços ao atacado, que representa 60% do IGP-DI, tem mostrado desaceleração, de 2,45% para -0,52%, no caso das matérias-primas brutas, e de 5,58% a 1,30%, nos produtos agropecuários, ambos representantes do início da cadeia dos alimentos processados. O engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) Fábio Vezzá De Benedetto destacou que na região, no atacado, as frutas cítricas e as hortaliças folhosas, por exemplo, já mostram sinais de preços estabilizando e, até, recuando.

Nesta sexta-feira (09), o IBGE publicará o indicador oficial de inflação, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Para a Austin Rating, destacou Ramos, o indicador, também referente a abril, terá variação de 0,70%, provavelmente, por grande contribuição da desaceleração dos alimentos.

ASCOM Força Sindical

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