Os alimentos deram sinal de
que vão diminuir o impacto no bolso do consumidor neste mês. A tendência é de
que as famílias encontrem até deflações em junho. Esta é a análise do
superintendente adjunto de inflação do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de
Economia da Fundação Getúlio Vargas), Salomão Quadros. A base para a estimativa
foi o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), publicado
ontem pela instituição de ensino, cuja variação referente a abril atingiu
0,45%, menor do que em março, quando o registro foi de 1,48%. A coleta vai do
primeiro ao último dia do mês referência.
O indicador tem 30% de sua
composição de variações para as famílias com renda entre um (R$ 724) e 33
salários-mínimos (R$ 23.892). Este resultado é apresentado pelo subíndice
IPC-DI (Índice de Preços ao Consumidor), que desacelerou de 0,85% para 0,77%. O
grupo de despesas com alimentos do IPC-DI mostrou desaceleração também,
passando de 1,66% para 1,42%. Para o economista da Austin Rating Wellington
Ramos, este é o reflexo do fim do choque de oferta, principalmente no setor
agropecuário. Após fase de clima quente e sem chuvas, que fez com que os
produtores tivessem suas safras prejudicadas, nos primeiros três meses, abril
se apresentou ameno no que se diz respeito à situação climática. E,
naturalmente, a produção tem dado sinais de retorno à normalidade.
Quadros destacou que a inflação dos alimentos
in natura, dentro do IPC-DI, passou de 9,97% em março para 2,27% no mês
passado. “Mas os alimentos processados, como carne e leite, ainda fazem o
contraponto”, observou. Esses produtos passaram de alta média de preços, na
relação mensal, de 0,52% para 1,86%. “E eles pesam três vezes mais dentro do indicador
do que os in natura.” Porém, Quadros estima que no fim de maio, e em junho, a
tendência é de desaceleração da inflação dos alimentos em geral e, até mesmo,
deflações. Isso porque o índice de preços ao atacado, que representa 60% do
IGP-DI, tem mostrado desaceleração, de 2,45% para -0,52%, no caso das
matérias-primas brutas, e de 5,58% a 1,30%, nos produtos agropecuários, ambos
representantes do início da cadeia dos alimentos processados. O engenheiro
agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo
André) Fábio Vezzá De Benedetto destacou que na região, no atacado, as frutas
cítricas e as hortaliças folhosas, por exemplo, já mostram sinais de preços
estabilizando e, até, recuando.
Nesta sexta-feira (09), o
IBGE publicará o indicador oficial de inflação, o IPCA (Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo). Para a Austin Rating, destacou Ramos, o indicador,
também referente a abril, terá variação de 0,70%, provavelmente, por grande
contribuição da desaceleração dos alimentos.
ASCOM Força Sindical
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