Afinal parece que a FIFA
está capitulando e aceitando que a Copa é sua no Brasil e não a Copa do Mundo
do Brasil. Se ela quer uma festa impecável tem que pagar por ela. Não lhe falta
o dinheiro, mas quer lucrar cada vez mais, empurrando as despesas para os
outros. Ela não esperava encontrar essa dificuldade e resistência por parte do
"país do futebol".
Mas agora ela, assim como as
autoridades brasileiras e grande parte da sociedade acordou para o fato real de
que o Brasil não é o país do futebol que imaginavam. O "pais do
futebol" não mudou. A percepção sobre essa realidade sim. O futebol
brasileiro continua sendo uma paixão nacional. A quase totalidade da sua
população estará torcendo, durante a Copa, pela seleção brasileira, esquecendo
tudo o mais. Petistas, tucanos e socialistas esquecerão as suas desavenças,
durante um mês, todos estarão torcendo pelo Brasil, mesmo aqueles que acham que
"quanto pior melhor": mas não com a seleção, a nossa "pátria em
chuteiras".
O Brasil ficará feliz se a
nossa seleção conquistar a Copa. E a suprema felicidade será ganhar contra a
Argentina de Messi, na final, no Maracanã. Mas a Copa é um evento excepcional
de um esporte popular, um esporte de massa e não da elite que quis se apropriar
do futebol. A "Dona Zelite", com o apoio de Lula - que faz o discurso
contra, mas sempre se acerta com ela - construiu magníficas e luxuosas
"arenas multiuso" para seu conforto e segurança, cujo acesso se
tornou inviável, em função dos preços dos ingressos. O futebol no Brasil é cada
vez mais europeu, seja na organização, como dentro dos campos. O futebol da
seleção brasileira não é brasileiro, mas europeu. No time principal não há
nenhum jogador que não esteve ou não esteja jogando na Europa. Até o técnico já
atuou no velho continente.
A perda da unanimidade, a
perda do apoio popular, tem fundamento dessa mudança real. Embora pouco
explicitada, o povo brasileiro, está reagindo contra esse "furto" do
seu futebol, pela FIFA, pelos europeus, com a conivência da elite brasileira. E
os furtantes querem que os furtados paguem a conta. Assim, também é demais.
Jorge Hori blogspot.com.br
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