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terça-feira, 18 de março de 2014

O papelão da diplomacia brasileira – Parte l


O Brasil é protagonista no teatro latino-americano que pretende isentar Nicolás Maduro de responsabilidade pela violência na Venezuela. Já são 28 os mortos desde o início dos protestos contra o governo de Nicolás Maduro na Venezuela, segundo dado atualizado pela Promotoria do país. Existem evidências suficientes de que por trás de muitas das mortes estão os chamados “coletivos”, milícias armadas e motorizadas que ganharam um endosso especial de Maduro quando, em 5 de março, primeiro aniversário da morte de Hugo Chávez, o ditador falou em cadeia nacional de rádio e televisão e pediu ao povo, em especial aos grupos chavistas, que seguissem “a ordem do comandante Hugo Chávez: vela que se acende, vela que apagamos com o povo organizado para garantir a paz a nosso país”. Não tanto um chamado à concórdia, mas à repressão contra os manifestantes para garantir uma paz baseada no silêncio da oposição. Enquanto a Venezuela sofre sob a ditadura chavista, a maioria dos vizinhos latino-americanos encena um teatro que faz deles cúmplices das mortes de venezuelanos. E nessa farsa o Brasil, infelizmente, exerce papel de protagonista.
Em fevereiro, a presidente Dilma já tinha dito, na Bélgica, que “não cabe ao Brasil discutir o que a Venezuela tem a fazer, até porque seria contra a nossa política externa. Não nos manifestamos sobre a situação interna de nenhum país” – hondurenhos e paraguaios certamente teriam muito a dizer sobre a “não interferência” brasileira em seus assuntos. O Brasil já tinha assinado uma nota absurda do MERCOSUL em apoio ao governo de Nicolás Maduro. Mas os acontecimentos dos últimos dias tornam ainda mais vergonhosa a atuação da diplomacia brasileira, que já foi uma das mais respeitadas do mundo, mas agora vive de joelhos diante da ideologia bolivariana.
Continua...




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