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terça-feira, 18 de março de 2014

O papelão da diplomacia brasileira – Parte ll


O Brasil, por exemplo, ajudou a barrar, no dia 7, o envio de uma missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) à Venezuela. O argumento pífio do Itamaraty era o de que o fato de a entidade incluir os Estados Unidos desaconselhava uma ação da OEA. Em outras palavras, só os aliados ideológicos de Maduro teriam a isenção suficiente para analisar a convulsão social venezuelana. Em vez disso, foi aprovada uma resolução insossa, quase condescendente com o governo chavista, como se Maduro estivesse realmente disposto ao diálogo e à reconciliação – apenas Estados Unidos, Canadá e Panamá se opuseram ao texto.
Em vez da OEA, entrou em ação a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), quase uma organização-satélite do bolivarianismo, presidida pelo ex-ditador e atual presidente do Suriname, Dési Bouterse, contra o qual existe até um mandado internacional de prisão por tráfico de drogas. Na quinta-feira, os chanceleres dos países membros da entidade assinaram mais uma nota em que respaldam os “esforços do governo da República Bolivariana da Venezuela para promover um diálogo entre o governo, todas as forças políticas e atores sociais” – embora os únicos esforços governamentais feitos até agora são os de prender opositores e colocar os “coletivos” para disparar contra manifestantes, ações que não são nem sequer mencionadas no texto, duramente criticado pelo que sobrou da oposição venezuelana.

Agora, a Unasul pretende enviar “mediadores” à Venezuela, medida aplaudida pelo chanceler venezuelano, Elías Jaua. Antes da nota da entidade, a oposição venezuelana já havia pedido à Unasul que olhasse com objetividade para a aflição da Venezuela. A nota de quinta-feira mostrou que a súplica passou em branco, ampliando o temor de que o grupo de mediadores, influenciado pelo bolivarianismo, já tenha praticamente prontas suas conclusões antes mesmo de colocar os pés no país, dando seguimento à farsa de que a diplomacia brasileira parece participar com alegria.

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