Secretaria de Comunicação
examina pedido motivado por comentário de apresentadora sobre ação de
“justiceiros” no Rio. Deputada diz que Secom, que repassou R$ 153 milhões à TV
em 2012, concorda com o pedido. O governo federal estuda suspender a verba
publicitária que repassa a terceira maior emissora de TV do país, o Sistema
Brasileiro de Televisão (SBT). O caso é examinado pela equipe do ministro
Thomas Traumann, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da
República, a pedido da líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali (RJ).
A deputada acusa a emissora
de ter praticado apologia e incitação ao crime, à tortura e ao linchamento ao
exibir comentários da apresentadora Rachel Sheherazade que, segundo a
parlamentar, exaltavam a ação de chamados “justiceiros” no Rio de Janeiro
contra um jovem de 16 anos, acusado de furto. “A Secom me deu um primeiro
retorno dizendo que concorda com o conteúdo do nosso pedido e que estuda quais
providências tomar”, disse Jandira Feghali ao Congresso em Foco. Em 2012, o SBT
recebeu R$ 153,5 milhões em publicidade de verba publicitária do governo
federal. Ficou atrás apenas da Globo (R$ 495 milhões) e da Record (R$ 174
milhões). O valor destinado à TV de Silvio Santos corresponde a 13,64% do bolo
publicitário das emissoras. “Como o governo pode subsidiar um canal que tem uma
editorialista que incita à violência e à justiça com as próprias mãos?”,
questiona Jandira Feghali.
Na edição do telejornal SBT
Brasil, do último dia 4 de fevereiro, Rachel disse que era “compreensível” a
ação de um grupo de pessoas que acorrentou a um poste um adolescente acusado de
furto no bairro do Flamengo, na Zona Sul do Rio. O jovem foi acorrentado, nu,
pelo pescoço com uma trava de bicicleta. Ele teve parte da orelha cortada e só
foi solto após a intervenção de uma moradora. Para Rachel, a ação dos
“justiceiros” se justifica por causa do clima de insegurança nas ruas e da
ausência de Estado. Ela também criticou a atuação de militantes dos direitos
humanos. “Faça um favor ao Brasil. Leve um bandido para casa”, declarou. Dias
depois de ser acorrentado e solto, o adolescente foi detido novamente, desta
vez por tentar assaltar um turista na cidade. Até o mês passado, o menor
acumulava três passagens pela polícia.
Congresso em Foco
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