Para facilitar o diagnóstico do HIV e antecipar o tratamento de
pessoas que podem desenvolver a AIDS, o Ministério da Saúde deve autorizar a
venda, em farmácias, de um teste rápido para detectar o vírus, a partir de
fevereiro de 2014. Produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o exame é
feito em 20 minutos, com coleta de saliva pela própria pessoa, e deverá custar
R$ 8.
A informação foi confirmada pelo diretor do Departamento de
DST/AIDS e Hepatites Virais do ministério, Fábio Mesquita, durante evento hoje
(1°), Dia Mundial de Luta contra a AIDS, no Rio de Janeiro. Na ocasião, o
governo federal anunciou a antecipação do tratamento para pessoas com o HIV.
Antes, somente pacientes com a doença desenvolvida recebiam medicamentos.
De acordo com o diretor, o teste rápido de HIV tem duas vantagens:
“Uma delas é a confidencialidade. A pessoa vai à farmácia pega o teste e faz em
casa, sem precisar ver um agente de saúde e dividir isso com ninguém. A segunda
vantagem é a rapidez, não tem fila, não precisa ir ao posto, não precisa
esperar o tempo que leva [para sair] o resultado de um exame normal”,
esclareceu Mesquita.
Ao disponibilizar o teste rápido de HIV, vendido na internet por
um laboratório americano por cerca de R$ 160, o ministério pretender iniciar o
tratamento mais cedo e melhorar a qualidade de vida de pessoas com HIV, além de
reduzir em cerca de 96% o risco de contágio, principalmente para parceiros
fixos ou durante a gestação, quando o vírus pode passar da mãe para o bebê.
Dados do ministério apontam que cerca de 150 mil pessoas, de um
total de 700 mil estimadas com a doença, não sabem que têm o vírus HIV. No
Brasil, embora a prevalência de pessoas convivendo com o vírus seja considerada
baixa para o conjunto da população (0,4%), a infecção é alta entre meninas
entre 14 e 19 anos e meninos gays, de acordo com o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha.
Segundo Padilha, grande parte dos casos de detecção de HIV em
meninas ocorre durante o pré-natal. “Nessa faixa etária tem muita gravidez na
adolescência, em situação vulnerável, por isso, descobrimos mais meninas que
homens [com o vírus]”, disse. “Elas engravidam já infectadas”, reforçou. Os
jovens são público-alvo da campanha contra a AIDS lançada hoje (1°).
Agencia Brasil
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