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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Adeus ao SUS! Sistema de saúde brasileiro fica em último lugar em ranking mundial

É o que sempre dissemos: não adianta Mais Médicos, interiorizar a saúde, se a infraestrutura for falha. Está se mostrando ineficiente e atinge justamente este que é considerado o maior programa de saúde pública do mundo: o Sistema Único de Saúde, popularmente conhecido como SUS.
Não é preciso ser nenhum estudioso para saber que a saúde do Brasil vai mal. A Televisão mostra diariamente, em tom de denúncia, gente morrendo nas filas, pacientes sendo recusados nos hospitais, unidades paradas por falta de recursos para manutenção de máquinas e equipamentos, obras de reforma paralisadas, ausência de médicos e um sem fim de situações que mostram que sucatearam a saúde.
E a justificativa que vão dar é que a situação chegou a esse ponto porque as “elites” acabaram com a CPMF. Lembram dela? Aquela Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira que, quando foi criada para financiar a saúde, o PT foi contra e depois, quando virou governo, queria transformar o provisório em permanente?
Mas o problema, como as próprias entrevistas de TV mostram, não é de recursos, mas de gestão. Ou da falta dela. E o governo conseguiu arrasar a saúde no país. Em apenas 12 anos conseguiram destruir o que tínhamos de melhor. Pelo menos, funcionava, se não era o ideal. Agora, nem isso. Dados, fatos e números vêm para corroborar com o que estou afirmando. Uma das maiores agências de notícias mundiais, a Bloomberg informa que o Brasil ficou com o último lugar entre os sistemas de saúde do mundo inteiro – o levantamento considerou apenas as nações com populações maiores que 5 milhões, com o PIB per capita superior a US$5.000 e expectativa de vida maior que 70 anos.
Entre os 48 países avaliados, o Brasil fica atrás de países como Romênia, Peru, República Dominicana, Irã e Argélia. Hong Kong, Singapura, Japão e Israel são respectivamente os quatro primeiros colocados, com o melhor sistema de saúde.
E o que mais é surpreendente é que o custo da saúde no Brasil é, em média, de US$ 1,200 (R$ 2.900), acima de muitos países, inclusive de primeiro mundo. Cuba, por exemplo, que tem uma medicina famosa por seu caráter preventivo, alardeado por todo o mundo, a um custo pouco acima de US$ 600 (R$ 1.400). Aqui, é quase o dobro e só conseguimos marcar uma consulta no SUS para daqui a seis meses. E essa avaliação minha, faço com muito boa vontade, porque há prazos que chegam há um ano!
Mas é que saúde de pobre não dá Ibope, não dá voto e só sai na TV se o paciente morrer na fila ou se for denunciado desvios monumentais de verbas públicas! Fora isso, é raro aparecerem nas reportagens casos onde a saúde pública é exemplo.  
Não adianta Mais Médicos, se eles não tem para onde encaminhar os pacientes. Ou se reestrutura radicalmente a rede, ou, muito em breve, vamos ter um colapso. E não adianta apresentarmos números mágicos da economia, se ainda não damos o básico a população: saúde, educação, segurança pública, alimentação, moradia e emprego!
De resto, vamos só contabilizando os piores indicadores: a pior saúde, a pior educação, a pior segurança. São os indicadores internacionais que dizem isso. Não sou eu! Só faço o alerta à sociedade e aos governos!
Heraldo Rocha é médico, ex-deputado estadual, vice-presidente estadual e presidente municipal do Partido Democratas de Salvador.


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