Os conflitos entre PT e PMDB na definição dos palanques estaduais nas
eleições de 2014 têm sido transpostos para o Congresso Nacional e se tornaram
um ingrediente a mais para complicar as relações entre os partidos.
Parlamentares admitem que a antecipação do pleito e o conseqüente impasse nas
negociações nos estados contribuem para ampliar as divergências. O líder do PT
na Câmara, José Guimarães (CE), lidera a estratégia de manter a pauta da
Casa trancada para tentar impedir a votação do projeto que cria um piso
nacional para os agentes comunitários de saúde. A proposta pode ter um impacto
de R$ 2,4 bilhões nos cofres públicos e o governo não aceita ampliar o repasse
que faz na área. O presidente da Casa, Henrique Alves (PMDB-RN), no entanto,
marcou a votação para a próxima terça-feira (12). Outro embate ocorre com o
marco civil da internet. O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), faz ataques
contra o relatório de Alessandro Molon (PT-RJ), que, com aval do governo, prevê
neutralidade total da rede e permitir ao Executivo obrigar aos provedores
instalar datacenters para armazenamento de dados no Brasil. Cunha quer retirar
o trecho do armazenamento e flexibilizar o conceito de neutralidade, que, na
sua visão, obrigaria as empresas a fazerem investimentos além do possível. No
Senado, a regulamentação do trabalho escravo também deve dividir as bancadas
nas próximas semanas. “O relator da proposta, senador Romero Jucá
(PMDB-RR), atendeu aos pedidos dos ruralistas e excluíram os termos
“exaustivos” e degradantes” como características do trabalho escravo. A
modificação preocupa o governo e o PT, que teme o afrouxamento da definição.
Fonte: Poder & Política
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