O Ministério Público do Trabalho
(MPT) de Minas Gerais informou ontem que "resgatou 25 trabalhadores
encontrados em condições análogas às de escravo em uma obra de nova fábrica da
AmBev em Uberlândia".
Em setembro do ano passado, a AmBev,
maior fabricante de cerveja do país, anunciou que iria investir R$ 550 milhões
em Uberlândia para construir uma fábrica. A fiscalização foi realizada em
conjunto com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Polícia Militar (PM),
segundo comunicado do MPT, e ocorreu na madrugada do dia 18 de outubro.
A empresa Marco Construções e
Projetos, contratada pela AmBev para a execução da obra, segundo o MPT,
"quarteirizou parte da construção para outra empresa" - a Plano Pisos
Industriais. Uma pessoa, que estava armada e encontrava-se no alojamento dos
trabalhadores, foi presa. "A arma apreendida não tinha registro e o
funcionário não possuía porte legal para o uso", informou o MPT.
"Além de estarem sob vigilância
armada, os empregados permaneciam em alojamento com péssimas condições de
higiene. Não havia colchões para todos eles e alguns eram obrigados a dormir na
garagem da casa. Durante a fiscalização, os trabalhadores denunciaram que a
refeição servida era azeda e que havia grande quantidade de insetos no
local", informou o MPT, em nota.
A AmBev, procurada pelo Valor pro
serviço de informações em tempo real do Valor, informou que "o fato
mencionado ocorreu fora de suas dependências e envolve empresa subcontratada
por um de seus prestadores de serviços." A companhia informou que
"assim que tomou conhecimento da denúncia apresentada pelo Ministério
Público, determinou a rescisão do contrato da empresa terceira (Plano Pisos
Industriais), bem como o encerramento de todas as suas atividades no canteiro
de obras de sua unidade." A Ambev vai acionar judicialmente a Planos Pisos
Industriais "por descumprimento das obrigações assumidas em contrato,
especialmente aquelas relativas às condições de trabalho de seus empregados.
A fabricante de cervejas
"reforça que não tolera e repudia veementemente toda e qualquer situação
contrária aos direitos dos trabalhadores e adotará todas providências para
garantir que os prestadores observem seus padrões de segurança e saúde do
trabalhador".
A Marco Projetos e Construções
informou que assim que tomou conhecimento do episódio, em 18 de outubro,
"passou a apurar e a implementar todas as medidas necessárias para melhor
atender aos interesses dos trabalhadores" e "tomou as providências
necessárias para atender às solicitações dos órgãos competentes". A Marco
observou ainda que "as pessoas se encontravam em alojamento fora da
canteiro de obras, não tendo a empresa ou seus representantes qualquer
participação no incidente".
Fonte: ASCOM Força Sindical
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