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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

MP vê trabalho análogo à escravidão em obra da Ambev



O Ministério Público do Trabalho (MPT) de Minas Gerais informou ontem que "resgatou 25 trabalhadores encontrados em condições análogas às de escravo em uma obra de nova fábrica da AmBev em Uberlândia".
Em setembro do ano passado, a AmBev, maior fabricante de cerveja do país, anunciou que iria investir R$ 550 milhões em Uberlândia para construir uma fábrica. A fiscalização foi realizada em conjunto com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Polícia Militar (PM), segundo comunicado do MPT, e ocorreu na madrugada do dia 18 de outubro.
A empresa Marco Construções e Projetos, contratada pela AmBev para a execução da obra, segundo o MPT, "quarteirizou parte da construção para outra empresa" - a Plano Pisos Industriais. Uma pessoa, que estava armada e encontrava-se no alojamento dos trabalhadores, foi presa. "A arma apreendida não tinha registro e o funcionário não possuía porte legal para o uso", informou o MPT.
"Além de estarem sob vigilância armada, os empregados permaneciam em alojamento com péssimas condições de higiene. Não havia colchões para todos eles e alguns eram obrigados a dormir na garagem da casa. Durante a fiscalização, os trabalhadores denunciaram que a refeição servida era azeda e que havia grande quantidade de insetos no local", informou o MPT, em nota.
A AmBev, procurada pelo Valor pro serviço de informações em tempo real do Valor, informou que "o fato mencionado ocorreu fora de suas dependências e envolve empresa subcontratada por um de seus prestadores de serviços." A companhia informou que "assim que tomou conhecimento da denúncia apresentada pelo Ministério Público, determinou a rescisão do contrato da empresa terceira (Plano Pisos Industriais), bem como o encerramento de todas as suas atividades no canteiro de obras de sua unidade." A Ambev vai acionar judicialmente a Planos Pisos Industriais "por descumprimento das obrigações assumidas em contrato, especialmente aquelas relativas às condições de trabalho de seus empregados.
A fabricante de cervejas "reforça que não tolera e repudia veementemente toda e qualquer situação contrária aos direitos dos trabalhadores e adotará todas providências para garantir que os prestadores observem seus padrões de segurança e saúde do trabalhador".
A Marco Projetos e Construções informou que assim que tomou conhecimento do episódio, em 18 de outubro, "passou a apurar e a implementar todas as medidas necessárias para melhor atender aos interesses dos trabalhadores" e "tomou as providências necessárias para atender às solicitações dos órgãos competentes". A Marco observou ainda que "as pessoas se encontravam em alojamento fora da canteiro de obras, não tendo a empresa ou seus representantes qualquer participação no incidente".

Fonte: ASCOM Força Sindical

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