Os Correios tem sido usado para abrigar
afilhados políticos ao longo dos últimos anos, o que fez da estatal uma fonte
de problemas e de escândalos. O maior deles ocorreu em 2005, quando foi
divulgada uma fita de vídeo com cenas em que o ex-funcionário Maurício Marinho
embolsava R$ 3 mil como ajuda de um suposto empresário interessado em
participar de uma licitação e dizia que tinha o respaldo do presidente do PTB
(hoje licenciado) Roberto Jefferson.
Na época, o PTB era o partido com maior influência nos Correios.
Inconformado, por ver na fita com a prova da propina uma "armação" em
que por trás estaria o ex-ministro José Dirceu, Jefferson denunciou o escândalo
do mensalão. Todos os envolvidos no escândalo foram julgados pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) e as penas estão em grau de recurso. Mas nem por isso
eles deixaram de influenciar as nomeações na empresa.
Dirceu e o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), dois dos envolvidos
no mensalão, influenciaram a escolha dos atuais dirigentes. O principal exemplo
é o presidente da empresa, Wagner Pinheiro de Oliveira, que deve sua nomeação
ao ex-ministro Luiz Gushiken (morto recentemente), com a anuência do grupo de
Dirceu.
Sindicalista vinculado à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e
filiado ao PT, Pinheiro ocupa cargos por sugestão de caciques do partido há
pelo menos 20 anos. A ligação com o ex-chefe da Casa Civil vem desde a década
de 1980, quando Pinheiro era funcionário da legenda na Assembléia Legislativa
de São Paulo e Dirceu, deputado.
Fonte: Poder & Política
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